BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros vão assistir ao filme “Ainda Estou Aqui”, na noite desta segunda-feira (24), em sessão reservada, no Palácio da Alvorada. 

A residência oficial da Presidência tem uma sala de cinema privativa com cerca de 30 lugares. A própria equipe do filme cedeu uma cópia para exibição no Alvorada.  

Dirigido por Walter Salles, o longa-metragem brasileiro tem três indicações ao Oscar: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, com Fernanda Torres. Os vencedores da premiação serão anunciados na noite do próximo domingo (30).

O filme é baseado no livro homônimo do escritor Marcelo Rubens Paiva, que conta a história da família dele, destacando a luta da sua mãe, Eunice Paiva, após o desaparecimento do marido, Rubens Paiva, deputado cassado pela ditadura militar.

Rubens Paiva foi levado de casa por agentes da repressão, para prestar depoimento, e nunca mais voltou. Décadas depois, o Estado brasileiro reconheceu a morte dele, após tortura, mas o corpo nunca foi encontrado.

A família de Rubens Paiva conseguiu a certidão de óbito em 1996, 25 anos após o crime – a cena é retratada no longa.

Marcelo Rubens Paiva agrido em bloco de carnaval

Na tarde do último domingo (23), Marcelo Rubens Paiva, que é cadeirante, foi alvo de um ataque durante desfile do bloco de carnaval do Baixo Augusta, no centro de São Paulo.

Um homem arremessou uma lata de bebida e uma mochila na direção do escritor, que não se feriu. O agressor foi retirado do cortejo, segundo organizadores.

Em 2025, o bloco de carnaval escolheu homenagear a obra, que retrata as dificuldades enfrentadas pela família Paiva durante o período da ditadura. O Ministério da Cultura (MinC) emitiu uma nota se solidarizando com Marcelo Rubens Paiva.

“É triste receber a notícia que Marcelo, usando uma máscara da atriz Fernanda Torres, e durante os vários motivos que temos para comemorar sua vida, resistência e obra, tenha sido alvo dessa situação. Nós, do Ministério da Cultura, repudiamos todo e qualquer ato de violência e nos solidarizamos com esse grande nome da nossa história e cultura. Seguir no festejo, só mostra sua grandeza e força”, afirmou a ministra Margareth Menezes no comunicado.