Marcelo Rubens Paiva, autor do livro “Ainda Estou Aqui” foi agredido durante participação no bloco Acadêmicos do Baixo Augusta (SP), que homenageou a obra que inspirou o filme homônimo que concorre a três estatuetas no Oscar 2025.
O autor surgiu com uma máscara da atriz Fernanda Torres, que interpretou Eunice Paiva, mãe de Marcelo, no longa dirigido por Walter Salles. Em determinado momento, uma lata de cerveja foi arremessada em sua direção, instantes depois dele cumprimentar o público.
Depois, Marcelo Rubens Paiva foi atingido no rosto por uma mochila, que foi arremessada por um homem. Mais tarde, outro rapaz mostrou o dedo do meio para o escritor, que avançou com a cadeira de rodas para cima das grades.
A agressão ao Marcelo Rubens Paiva num bloco de Carnaval, que homenageava a sua família, é o retrato perfeito do que é bolsonarismo. Gente baixa, suja, covarde, que apoia torturadores, estupradores e assassinos.
— Reinaldo 🇧🇷 🚩¹³ (@reyjbr2004) February 23, 2025
Bolsonarismo é um câncer e precisa ser extirpado. pic.twitter.com/7HZK0MOjs0
O Ministério da Cultura (MinC) reagiu ao episódio com uma nota compartilhada nas redes oficiais do órgão.
"O Ministério da Cultura (MinC) se solidariza com o escritor Marcelo Rubens Paiva. O autor de, entre outras importantes obras, “Ainda Estou Aqui” – livro que inspirou filme homônimo, indicado a três categorias do Oscar – foi alvo de um ataque covarde na tarde deste domingo (23), durante o desfile do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, na região central de São Paulo", começa o texto.
Em outro trecho, o órgão destaca o ataque sofrido por Marcelo Rubens Paiva: "Além de injustificada, a agressão se deu em meio aos já tradicionais festejos de blocos carnavalescos – comemoração que ganha cada vez mais força em todo país, sobretudo na capital paulista. O objetivo do carnaval é a diversão, o respeito mútuo e a ocupação da cidade de forma gratuita e acessível".
Atual ministra da cultura, Margareth Menezes lamentou o episódio: “É triste receber a notícia que Marcelo, usando uma máscara da atriz Fernanda Torres, e durante os vários motivos que temos para comemorar sua vida, resistência e obra, tenha sido alvo dessa situação. Nós, do Ministério da Cultura, repudiamos todo e qualquer ato de violência e nos solidarizamos com esse grande nome da nossa história e cultura. Seguir no festejo, só mostra sua grandeza e força”, afirmou a ministra Margareth Menezes".