BRASÍLIA - O  vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), minimizou a possibilidade de o governo dos Estados Unidos voltar a impor tarifas contra o Brasil. O mundo vive a expectativa de o presidente americano, Donald Trump, anunciar novas medidas comerciais nesta quarta-feira (2).

Questionado sobre o tema, nesta terça-feira (1), Alckmin seguiu a posição do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sublinhando que os EUA têm superávit no comércio com o Brasil. E comentou que esse tipo de relação não pode ser “olho por olho”.

“O Brasil não é problema para os EUA.  Medidas que foram tomadas de 25% [sobre o aço] não foram contra o Brasil, foram para o mundo inteiro. A postura do Brasil, que o presidente Lula tem falado, é a do diálogo. Comércio exterior deve ser ganha-ganha, e não olho por olho”, disse, após evento no Rio de Janeiro.

Em março, os Estados Unidos impuseram uma taxação de 25% sobre as importações de aço e de alumínio, o que afetou o setor no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Desde então, o governo brasileiro vem tentando negociar com os americanos uma solução para o impasse.

Nesta terça-feira, o Senado aprovou um projeto de lei que define critérios de reciprocidade econômica em uma ofensiva contra imposições comerciais que prejudiquem a soberania do Brasil.

“Você ter um arcabouço jurídico legal é positivo. Louvo a iniciativa do Senado, que procura preservar o interesse do Brasil, mas dizer que o caminho é o diálogo e procurar ter uma complementaridade econômica”, opinou Alckmin.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem dando sinais dúbios sobre a questão. Ele tem dado aval para que Haddad e Alckmin mantenham o diálogo com os EUA. Por outro lado, já indicou que pode taxar produtos daquele país como resposta às ações de Trump.