BRASÍLIA – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comanda neste domingo mais um ato em seu apoio e contra o Supremo Tribunal Federal (STF), sob alegação que ele e aliados políticos são perseguidos por ministros da mais alta Corte com suas decisões.
A manifestação ocorre em meio à fase final do julgamento no STF sobre a suposta trama golpista que visaria a manutenção de Bolsonaro no poder após derrota nas urnas em 2022.
Com o lema “Justiça Já”, o ato deste domingo mira o julgamento e outras decisões da Corte, como a que responsabiliza as redes sociais por publicações ilegais dos usuários, segundo os organizaodres.
Os parlamentares que discursaram antes de Bolsonaro fizeram discurso em tom de campanha a favor do ex-presidente, o colocando como o nome da direita na disputa de 2026, apesar de ele estar inelegível até 2030. Todos chamaram coro com “Volta, Bolsonaro!”.
Nos discursos dos parlamentares também houve menções a temas recorrentes nas manifestações bolsonaristas, como a defesa de “voto impresso e auditável”, com a colocação do sistema eleitoral em xeque, além da exaltação ao patriotismo e ao nacionalismo.
O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) chegou a discursar em inglês, em apelo a autoridades norte-americanas por intervenção para, segundo ele, devolver a liberdade ao Brasil.
Faixas e bandeiras dos EUA e de Israel
Esse é o segundo ato pró-Bolsonaro na Paulista neste ano. Em 6 de abril, o mote era o projeto de lei para anistiar os envolvidos na invasão e depredação às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
Assim como no ato anterior, era grande o número de bandeiras de Israel e dos Estados Unidos. Também havia faixas em apoio a Donald Trump, presidente norte-americano. Muitas delas com mensagens em inglês.
Por outro lado, diferentemente das outras vezes, não se via faixas de apoio a Elon Musk, o bilionário que deixou o governo Trump recentemente, com troca de acusações e ofensas por meio de redes sociais. Bolsonaro e apoiadores apontam o dono da rede social X como ícone da liberdade.
Quatro governadores presentes
O evento começou pouco depois das 14h, com a execução do Hino Nacional, como já é tradição nas manifestações de Bolsonaro e apoiadores. Essa foi a sexta vez desde que ele convocou um ato nas ruas desde que deixou a Presidência da República.
Na manifestação anterior, também na Paulista, em 6 de abril, sete governadores, filiados a cinco partidos políticos diferentes, estiveram presentes. Dessa vez foram quatro governadores, filiados a três partidos. Entre eles, dois cotados como pré-candidatos à Presidência em 2026.
Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), de São Paulo, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, foram os presidenciáveis na Paulista neste domingo. Os outros dois são Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina, e Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro.
Entre os também cotados para concorrer à Presidência em 2026, faltaram o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que já se lançou como pré-candidato, e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná.
A manifestação de abril visava pressionar o Congresso nacional votar e aprovar o texto, mas o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não pautou a matéria.