BRASÍLIA - A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu nesta segunda-feira (16) a condução dos trabalhos de Hugo Motta (Republicanos-PB) como presidente da Câmara dos Deputados.

Motta tem sido alvo de críticas de aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por não cumprir acordos relacionados à aprovação do pacote alternativo ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). 

“O relacionamento do presidente Hugo Motta com o governo do presidente Lula tem se caracterizado por responsabilidade e firmeza nos encaminhamentos acordados em comum”, escreveu Gleisi, no X. 

“No comando da Câmara, trouxe previsibilidade na pauta legislativa sempre fruto do colégio de líderes, que expressa manifestações dos parlamentares. Tratamos às claras dos interesses do país e isso tem sido fundamental para a tramitação das propostas do governo no Legislativo”, continuou. 

Em uma publicação no X, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), ainda definiu a atuação de Motta como “firme e institucional”. 

“Diante das críticas infundadas, é preciso reconhecer a atuação firme e institucional do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. Sua condução do Plenário tem se pautado pela legalidade, pelo respeito à autonomia do Legislativo e pelo compromisso com a estabilidade democrática”, disse.  

“Hugo Motta tem exercido sua função com equilíbrio, serenidade e diálogo - atributos fundamentais em um cenário de tensões políticas. Não cede a arroubos autoritários nem a pressões momentâneas. Sua liderança está ancorada na Constituição e na construção de consensos”, seguiu. 

Pacote do governo enfrenta resistência no Congresso

A insatisfação de aliados de Lula com Motta ocorreu após a reunião no domingo, dia 8 de junho, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e líderes do Congresso. O presidente da Câmara teria sinalizado disposição em debater as medidas apresentadas pelo governo. Em entrevista coletiva, chamou a reunião de “histórica”. 

Dias depois, mudou o tom e marcou sessão para esta segunda-feira (16) para votação do requerimento de urgência para o projeto de decreto legislativo, que susta a medida do governo sobre IOF. 

Em entrevista a jornalistas, na quinta-feira (12), Haddad comentou sobre e assunto e culpou “a turma do interesse privado” por dificultar a aprovação do pacote do governo.

“Quando apareceu essa alternativa, que na nossa opinião é melhor de fazer algo estrutural como os presidentes das Casas propuseram, e nós levamos essas propostas e fizemos uma reunião de cinco horas no domingo. E falamos: ‘Olha, isso aqui corrige distorções’. Na segunda e na terça entraram em campo a turma de um interesse privado. Normal. Só que eu estou aqui definindo interesse público”, destacou. 

Na sexta-feira (13), em um evento, o ministro da Fazenda também elogiou o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). 

O governo editou, na semana passada, um novo decreto sobre o IOF e encaminhou ainda uma Medida Provisória para o Congresso prevendo impostos sobre aplicações financeiras, como LCI e LCA, e algumas medidas que podem reduzir os gastos do governo.