BRASÍLIA - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), avaliou neste sábado (12/7) como “algo complicado” o aumento das tarifas de importação anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a exigência por anistia como um “ponto de vista”. A informação foi publicada pelo jornal Folha de S. Paulo. 

“Acho que o momento demanda união de esforços, demanda sinergia, porque é algo complicado para o Brasil, é algo complicado para alguns segmentos da nossa indústria, do nosso agronegócio. A gente precisa estar de mãos dadas agora para resolver, deixar a questão política de lado e vamos tentar resolver essa questão”, disse. 

Tarcísio foi questionado por jornalistas sobre a possibilidade de anistia geral em troca do fim do tarifaço, como feito pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e seus aliados e disse que isso é “um ponto de vista”. 

“Isso é questão de ponto de vista, nesse momento eu tenho que olhar o estado de São Paulo. Eu sou governador do estado, existem interesses que precisam ser preservados, interesses das nossas empresas, dos nossos produtores. E é isso que a gente tem que botar em primeiro lugar. Estou falando de empregos, estou falando de paz de família, então nesse momento é a defesa que eu tô fazendo”. 

O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o eventual fim do tarifaço precisa passar necessariamente por uma anistia geral aos acusados da trama golpista, o que incluiria seu pai, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) no processo da trama golpista.

O governador também chamou de “bobagem” a notícia de ter telefonado para ministros do STF para que autorizassem Bolsonaro a viajar aos EUA para se encontrar com Trump e negociar o tarifaço.  

“Assinei alguma petição? Não. Isso é bobagem”, respondeu aos jornalistas, neste sábado, no município de Cerquilho (SP). 

Cotado como candidato a presidente em 2026, Tarcísio de Freitas virou alvo do governo Lula e de aliados, nos últimos dias, por apoiar a decisão do presidente dos EUA de taxar em 50% os produtos brasileiros importados. O estado de São Paulo será um dos mais afetados com a medida.

Apoiador de Bolsonaro (PL), na quarta-feira (9/7), Tarcísio comentou sobre a decisão de Trump de taxar em 50% a importação de produtos brasileiros nas redes sociais e afirmou que Lula colocou a ideologia acima do resultado. 

“Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado. Tiveram tempo para prestigiar ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto no Brasil. Outros países buscaram a negociação. Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de quem governa. Narrativas não resolverão o problema”, publicou Tarcísio.

Antes, ao compartilhar nota de Trump sobre Bolsonaro, o governador afirmou que o ex-presidente brasileiro deve ser julgado pelo povo brasileiro, durante as eleições, e não pela Justiça.

Tarcísio amenizou discurso defendendo Trump

Já na quinta-feira (10/7), Tarcísio admitiu que a tarifa anunciada por Trump terá impactos negativos para o Brasil e especialmente São Paulo. Ele pediu que o governo federal deixe de lado diferenças ideológicas e sente-se à mesa com o governo Trump para negociar a reversão da medida.

Nesta sexta-feira (11/7), Tarcísio se reuniu com o chefe da embaixada dos EUA em Brasília, Gabriel Escobar.

"Acabo de me reunir com Gabriel Escobar, Encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, em Brasília. Conversamos sobre as consequências da tarifa para a indústria e agro brasileiro e também o reflexo disso para as empresas americanas", escreveu, em uma rede social.

"Vamos abrir diálogo com as empresas paulistas, lastreado em dados e argumentos consolidados, para buscar soluções efetivas. É preciso negociar. Narrativas não resolverão o problema. A responsabilidade é de quem governa", acrescentou.