O Ministério da Economia não divulgou no site oficial a agenda do ministro Paulo Guedes para esta sexta-feira (22), o dia seguinte à debandada de quatro importantes assessores da ala econômica. Geralmente, a agenda das autoridades do governo federal é divulgada na noite do dia anterior aos compromissos.

A reação negativa da cúpula do ministério confirma a insatisfação da equipe chefiada por Guedes às articulações da ala política do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para driblar o teto de gastos visando acomodar o Auxílio Brasil de R$ 400 mensais e o auxílio diesel, também de R$ 400, para 750 mil caminhoneiros autônomos

Em nota, a pasta divulgou, nesta quinta-feira (21), a demissão do secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e do secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt. 

Além deles, a secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araújo, também pediram exoneração.

Mercado “nervosinho”

O mercado financeiro também reagiu muito mal às demissões na Economia, anunciada após o fechamento dos pregões. Logo no início do pregão, na manhã desta sexta-feira, o dólar futuro superava R$ 5,70 pela primeira vez desde abril.

O dólar futuro bateu R$ 5,7135 na máxima. Às 9h26, subia 0,71%, a R$ 5,7065. No mercado à vista, a moeda ganhava 0,54%, a R$ 5,6990, após pico de R$ 5,7080 (+0,47%).

Na live semanal da quinta-feira, o presidente Bolsonaro ironizou a reação do mercado, que ele chamou de “nervosinho”, por ser contrário à estratégia do governo de liberar recursos imprevistos no Orçamento de 2022, com ameaça de derrapagem fiscal, para melhorar a popularidade do presidente frente à inflação e alta dos combustíveis.

Em entrevista à CNN Brasil, o presidente afirmou que Guedes continuará no governo, o que foi confirmado pelo próprio ministro até o momento.

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