DIREITOS HUMANOS

Damares diz que crianças ficaram em pânico com passaporte vacinal

Ministra foi ao Senado se explicar sobre nota técnica que disponibilizava o Disque 100 para pessoas contrárias à vacinação

Por Levy Guimarães
Publicado em 28 de março de 2022 | 17:48
 
 
 
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A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, disse nesta segunda-feira (28) que a pasta emitiu uma nota técnica contra a obrigatoriedade da vacinação infantil da covid-19 para evitar “pânico” entre as crianças.

Ela prestou depoimento na Comissão de Direitos Humanos do Senado, onde foi convocada para explicar sobre uma nota do ministério contrária ao passaporte vacinal. O documento ainda disponibilizava o Disque 100, voltado para violações de direitos humanos, para o recebimento de denúncias de “pressões” pela imunização infantil.

Segundo Damares, crianças teriam relatado medo de serem retiradas dos pais caso não tomassem a vacina contra a covid. 

“As crianças começaram a ficar em pavor, achando que iriam morar em abrigo, porque o pai tinha dito que ela não seria vacinada. Nós não nos envolvemos, em momento algum, na questão da vacina, mas quando vimos horror e medo nas crianças, aí dissemos ‘para tudo, agora vamos ter que entrar’”, afirmou.

Questionada, a ministra disse que os relatos foram recebidos pelo Disque 100. Os dados não foram disponibilizados por nenhum canal do ministério. Ela defendeu que os pais não devem ser obrigados a levar os filhos para tomarem o imunizante, e sim “convencidos” a vaciná-los.

Damares Alves ainda negou ser contra a vacina da covid-19.

“Pelo contrário, nosso ministério trabalhou muito no incentivo à vacina. E o Disque 100, lá em 2020, quando alguém ligava para reclamar ‘estão furando a fila da vacina’, essa era uma das violações. Quando chega a vacina lá em 2021, nosso ministério encaminhava fura-fila, denúncias”, disse.

Após a divulgação da nota pela pasta em janeiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a abertura do Disque 100 para pessoas contrárias à vacinação. Na nota técnica passou a constar que o passaporte vacinal pode ser implementado “por meio de medidas indiretas, as quais compreendem, dentre outras, a restrição ao exercício de certas atividades ou à frequência de determinados lugares".

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