Recuo

Mantega deve anunciar desistência de ir para Vale após movimento de Lula

Lula e auxiliares do petista articularam para que o ex-ministro da Fazenda fosse indicado para o comando da mineradora; gesto causou estresse com o mercado

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 26 de janeiro de 2024 | 16:19
 
 
 
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O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega deve soltar um comunicado nesta sexta-feira (26) para dizer que abre mão de disputar o comando da Vale. A decisão acontece após um desgaste do Palácio do Planalto com o mercado, sobretudo com grandes investidores da maior mineradora do país. 

Nas últimas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou uma ofensiva para emplacar o antigo aliado na presidência da companhia. 

A pressão do governo sobre a mineradora aumentou nos últimos dias porque, na próxima quarta-feira (31), o Conselho de Administração da Vale se reúne para decidir se Eduardo Bartolomeo segue no cargo de CEO da companhia. 

A informação de que Guido Mantega deve soltar um comunicado de desistência foi antecipada pelo blog “Painel” do jornal Folha de S. Paulo. O ex-ministro da Fazenda das gestões petistas deve desistir também de compor um dos assentos do conselho da mineradora. 

Na quinta-feira (25), data que marca os cinco anos da tragédia de Brumadinho, Lula usou as redes sociais para criticar a atuação da mineradora com os atingidos e sobre o acordo de reparação. 

Também no mesmo dia, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu a indicação de Guido Mantega para o comando da Vale.

“Pouquíssimos brasileiros são tão qualificados quanto Guido Mantega para compor o Conselho da Vale, uma empresa estratégica para o país e na qual o governo tem participação e responsabilidades, mesmo depois de sua privatização danosa ao patrimônio público. É qualificado para esta ou qualquer outra missão importante, que exija capacidade e compromisso com o país”, escreveu pela rede social X (antigo Twitter).

Já nesta sexta-feira, Alexandre Silveira negou interferência de Lula na sucessão da mineradora. “O presidente Lula nunca se disporia em fazer uma interferência direta numa empresa de capital aberto, listada em bolsa, que tem a sua governança e natureza jurídica que deve ser respeitada, até porque o Brasil é um país que respeita contrato, tem regulação estável”, disse o ministro de Minas e Energia a jornalistas. 

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