O Ministro da Casa Civil, Rui Costa, colocou panos quentes na bronca que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu mais cedo na reunião ministerial, nesta terça-feira (14), ao dizer que nenhum ministro está autorizado a anunciar programas sem antes alinhar com o governo. O mandatário disse, em tom irônico, que a “genialidade tem que passar pela Casa Civil” e, ao término da transmissão da TV Brasil, pontuou que alguns exemplos seriam citados.
Em conversa com jornalistas na saída da reunião ministerial, Rui Costa negou o presidente da República nao tinha listado os casos. “Isso fica a critério da criatividade de vocês”, disse.
No final de semana, em entrevista ao jornal Correio Braziliense, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, anunciou o programa “Voa Brasil” de passagens aéreas a R$200,00. Na mesma entrevista, o ministro admitiu que o programa tinha sido montado, mas não alinhado com o governo.
O ministro da Casal Civil reiterou que “não recebeu o detalhamento do programa” e que haverá o momento certo para debater o programa.
Por fim, Rui Costa reforçou a fala do presidente Lula ao dizer que que os anúncios dos programas tem que ser anúncio de governo e não de minstério. "Quando é anúncio de governo, muitas vezes, envolve mais de um ministério, por mais que a ideia seja boa, é preciso pactuar com outros ministérios, para ver o alcance de eventuais impactos em outras áreas”.
Rui Costa condicionou a divulgação dos programas a partir de uma validação do governo. Pela manhã, Lula disse que as ideias os ministros não podem errar na elaboração dos programas.
“Vocês terão todo apoio para quem não errem. Para que façamos aquilo que está dentro da nossa possibilidade. Se tiver que arriscar alguma coisa, que arrisque com viés de acerto acima de 80%. Não podemos correr risco de anunciar coisas que não podem acontecer”.
Questionado se, às vesperas dos 100 dias de governo, a Casa Civil estuda retirar algum programa dos planos de divulgação, Rui Costa reiterou que Lula pediu que todos os "atos sejam validados nos ambientes próprios". "Para evitar que ansiedade, o desejo de materializar alguma boa proposta atropele o passo a passo que deve ser feito para validação das propostas. Então, o presidente, obviamente, de forma acertada, tem dito aos ministros que não anunciem nada, que a gente não possa entregar. Se tem dúvida, analise e pesquise melhor, porque não queremos anunciar nada que não vamos entregar. Se anunciou, tem que entregar para a população".
O TEMPO agora está em Brasília. Acesse a capa especial da capital federal para acompanhar as notícias dos Três Poderes.