Em resposta curta a uma nota oficial divulgada pela Fundação Nacional do Índio (Funai), o presidente Jair Bolsonaro prestou sentimentos aos familiares do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira, mortos no Vale do Javari, no Amazonas.
"Nossos sentimentos aos familiares e que Deus conforte o coração de todos!", disse Bolsonaro nesta quinta-feira (16).
Ele ainda não havia se manifestado desde que a Polícia Federal confirmou ter encontraram vestígios dos corpos dos dois, após o assassino Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, confessou ter executado os dois.
Antes disso, Bolsonaro inclusive criticou o jornalista inglês, dizendo que ele era 'malvisto' na região e que deveria andar armado pelo fato de a região ser perigosa. Dom Phillips fez reportagens denunciando esquemas criminosos na Amazonia. Bolsonaro também se queixou de ser responsabilizado pelo crime.
A resposta de Bolsonaro veio mais de 16h após o anúncio por parte da Polícia Federal. Nesta quinta, antes da manifestação, em uma frase, sobre o assunto, o presidente interagiu nas redes sobre outros assuntos, como brincando com uma montagem relacionada ao filme "Top Gun: Maverick" e anunciando a redução de impostos para videogames.
Na nota respondida por Bolsonaro, a Funai lamentou o falecimento dos dois e elogiou o indigenista. O presidente da entidade também já havia feito críticas a Bruno Pereira, o que motivou até protestos e manifestações de servidores do órgão. Marcelo Augusto Xavier da Silva havia dito, de forma incorreta, que Bruno Pereira estava no local sem autorização. Na nota da Funai, porém, o tom é completamente diferente.
"O servidor deixa um imenso legado para a política de proteção de indígenas isolados e de recente contato, área em que se tornou um dos principais especialistas no país e que atuava com extrema dedicação. O indigenista era considerado uma referência por colegas e por indígenas, com os quais construiu uma relação de amizade ao longo dos anos", diz a nota, assinada pela assessoria de comunicação da Funai, e não por seu presidente.
A mensagem ainda diz que "Bruno era descrito pelos colegas como um amigo educado, sensível às temáticas indígenas, bem-humorado e sempre colaborativo com todos os setores da Funai, reunindo características que inspiravam a todos: familiares, amigos, colegas de trabalho e indígenas, para quem ele trabalhava incansavelmente".
Por fim, a entidade "lamenta profundamente a perda e manifesta solidariedade aos familiares e colegas do indigenista". "A instituição, em especial as equipes da CGIIRC e das Frentes de Proteção Etnoambiental, se despedem de Bruno com profunda admiração, respeito e carinho. A Funai também se solidariza com a família, amigos e colegas do jornalista britânico", completa a nota.
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