PROJEÇÃO

Implementação de rotas alternativas para mineradoras deve custar R$ 300 milhões

Recursos seriam destinados à execução de obras que visam garantir a segurança de quem trafega pela BR-040 e pela BR-356

Por Ana Clara Moreira e Clarisse Souza
Publicado em 23 de fevereiro de 2024 | 18:50
 
 
 
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A implementação de rotas alternativas para o tráfego de caminhões que transportam minério na BR-040, no trecho entre Nova Lima e Conselheiro Lafaiete; e na BR-356, na região Central do Estado; deve custar R$ 300 milhões, segundo estimativa do prefeito de Itabirito, Orlando Caldeira (União).

A projeção foi feita após reunião realizada nesta sexta-feira (23) no Centro Estadual de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica (Compor) do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

O chefe do Executivo municipal foi um dos primeiros a debater o tema e destacou que os recursos devem ser desembolsados pelas mineradoras, já que as intervenções têm o objetivo de reduzir a circulação dos veículos pelas rodovias. “Nossa proposta é exatamente conscientizar o grupo de mineradoras para que elas se unam e haja uma composição, através do Compor, e possamos mostrar que existe uma alternativa ao tráfego fornecido atualmente”, explicou o gestor municipal.

Já o Procurador Geral Jarbas Soares Junior destacou que a reunião demonstra que todos os agentes estão em busca de uma solução para a questão do tráfego de caminhões de minério. Ele pontuou que “as propostas que foram apresentadas pelos prefeitos serão consolidadas em um documento, validado pelo governo federal, pelo governo do Estado e pelo Ministério Público Federal, e o passo seguinte é conversar com as empresas mineradoras, que já mostraram interesse em resolver a situação”.

A expectativa do Procurador Geral é que esse processo seja concluído ainda no primeiro semestre deste ano, recordando que a segurança nas BRs 040 e 356 é um “problema gravíssimo”.

Mesmo com medo, há esperança

Integrante do movimento SOS 040, Rodrigo Torres lembrou que há muitos anos a população pede o fim do tráfego de caminhões na rodovia. Ele avalia a reunião como um passo importante, mas defende que as propostas saiam do papel.

Ele pontuou que “no final de semana nós fizemos um cortejo para mostrar a demanda por esse tipo de obras e decisões que foram discutidas hoje. Já tínhamos estado com o governo do Estado, através do secretário de Obras, logo no começo do mandato, e escutamos que eles precisavam de clamor popular, recentemente, no Ministério Público Federal, escutamos a mesma coisa sobre o clamor popular, e hoje foi discutido esse assunto importantíssimo, que é a retirada dos caminhões de minério”.

Apesar dos anos de luta por melhorias, muitas vezes sem resultados, Rodrigo acredita que há recursos e articulações para mudar o grave cenário observado atualmente.

“Morremos de medo, a morte está na nossa porta diariamente, quantos de nós não perdemos parentes, colegas de trabalho, vizinhos, todos os dias em acidentes, mas estamos esperançosos, essa iniciativa de hoje, do Compor, é uma novidade, sabemos que os prefeitos da região estão lutando há muito tempo, tentando melhorias, mas sozinhos eles estavam tendo muita dificuldade mesmo”, ponderou o integrante do movimento SOS 040.

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