Em palestra na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), em Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (16 de setembro), a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, definiu sua atuação à frente da Corte Eleitoral como a de uma 'intensivista de UTI': “Hoje, eu sou uma intensivista de UTI da pandemia de vírus de redes sociais. Esse é o meu papel hoje”, disse.
 
Cármen Lúcia também avaliou que a liberdade das pessoas está sendo “contaminada” sem que elas sejam informadas disso. “Estão contaminando a liberdade dos outros sem contar. Quando tinha uma algema no meu pé, quando diziam que mulher não podia estudar, nós sabíamos que precisávamos reagir”, observou.

A ministra complementou sua análise dizendo: “As tecnologias propiciaram outra forma de algemar as liberdades, induzindo pessoas a pensarem o que não pensariam por conta própria, através de mentiras e desinformações. Às vezes, sinto que estamos saindo da Idade Média para a 'idade mídia', com pouca liberdade em ambos os casos, mas com a ilusão de liberdade sendo oferecida.”

A presidente do TSE descreveu esse cenário como o “desafio do nosso tempo” e o considerou “gravíssimo”. Durante a palestra, ela também abordou a questão da violência nas eleições, destacando que os pleitos municipais são particularmente desafiadores nesse aspecto.