BRASÍLIA – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou nesta quinta-feira (14/8) que o julgamento do inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado, que tem como réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados, “anda mais rápido porque há réu preso” e porque a investigação já soma quase 24 meses.
A declaração foi feita durante uma roda de conversa com influenciadores digitais, quando o humorista Mizael Silva – que se apresenta nas redes sociais como “advogado do Xandão” – questionou o motivo de o caso do golpe avançar mais rapidamente que processos como o de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
“Primeiro, eu não sou o relator do processo do INSS. Segundo, esse caso chegou ao Supremo apenas em abril, enquanto o inquérito das milícias digitais, que deu origem a esta ação penal, já tem mais de dois anos”, afirmou. “Entre a investigação, a denúncia e o processo, estamos completando quase dois anos”, disse.
O ministro também destacou que a acusação contra Bolsonaro e outros integrantes do chamado “núcleo 1” – que entregaram suas alegações finais nesta quarta-feira (13/8) ao STF – foi feita pelo Ministério Público após investigação da Polícia Federal.
Ele frisou que a Corte precisa acelerar a tramitação, pois há acusados presos e que, nessas situações, a lei exige prioridade. A expectativa é de que o julgamento seja marcado para setembro.
Moraes também criticou a desinformação nas redes sociais, que, segundo ele, alimenta percepções distorcidas sobre o andamento de processos e contribui para a polarização no Brasil. “O país foi muito dividido com base em muita mentira e discurso de ódio, o que chegou até a separar famílias”, afirmou.