Barroso sobre Dino no STF: ‘Representa a resiliência democrática do país’

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, classificou como “feliz” a indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, como novo integrante da Corte. O magistrado contou que foi consultado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes da escolha e avisado nesta segunda-feira (27), horas antes da publicação. 

“Não gosto de hierarquizar pessoas, mas acho que ele [Flávio Dino] representa, sim, a resiliência democrática brasileira de todos nós. A democracia, eu gosto de insistir, tem lugar para liberais, para conservadores, para progressistas, mas é preciso que haja um compromisso sincero com a sua preservação”, declarou Barroso, que participou nesta segunada-feira da Conferência Nacional da Advocacia Brasileira, em Belo Horizonte. 

Representatividade no STF

Barroso afirmou ainda que, como defensor da equidade de gêneros nos tribunais e em postos de poder, gostaria de ver uma mulher na vaga aberta por Rosa Weber em outubro, mas que, como essa escolha passa pelo Palácio do Planalto, não compete ao STF interferir.

“Todo mundo sabe que eu defendo a feminilização dos tribunais, mas no caso do Supremo é uma prerrogativa do presidente da República e acho que ele escolheu um ex-juiz, o ministro Flávio Dino foi um juiz federal, de qualidade”, disse ele, ao lembrar da passagem de Dino pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como secretário-geral, pelo Governo do Maranhão como governador por dois mandatos e pelo Congresso, como deputado federal de 2007 a 2011 e senador licenciado neste mandato. 

“É uma pessoa que viveu, eu diria, no mundo do Judiciário, no mundo do Executivo e no mundo do Legislativo”, disse. “Vejo todas essas qualificações do ministro Flávio Dino, que será recebido pelo Supremo com muita alegria, muita cordialidade e como alguém que vai agregar valor.” 

Barroso se diz "satisfeito" com a escolha de Gonet

O presidente do STF também se disse satisfeito com a escolha de Paulo Gonet para a Procuradoria Geral da República (PGR), com quem já atuou no Judiciário e de quem é amigo.

“Paulo Gonet Branco também é um professor de qualidade, autor de um livro clássico junto com o ministro Gilmar Mendes, foi vice-procurador-geral Eleitoral durante a minha gestão como presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Somos amigos, quero muito bem a ele. Acho que aqui também o presidente escolheu uma pessoa de alta qualidade. Claro que o país estará bem servido nesses dois postos importantes da República”, concluiu.