A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia, divulgou um vídeo nesta sexta-feira (8) para marcar o Dia Internacional da Mulher, destacando os desafios e conquistas enfrentados pelas mulheres. Atualmente, ela é a única mulher entre os 11 membros da Corte. 

Em sua mensagem às mulheres do Judiciário, a ministra ressaltou a importância de refletir sobre o progresso alcançado até o momento e os obstáculos ainda a serem superados. "É momento de pensar sobre o papel que nós temos em relação aos que vieram antes e que até aqui palmilharam caminhos tão difíceis para que a gente tivesse essa oportunidade e para os que vierem depois de nós", declarou.

A ministra também enfatizou que o progresso alcançado até agora deve ser um legado para as próximas gerações de mulheres, visando uma vida com quais equidade entre homens e mulheres. Ela ressaltou que, apesar de representarem a Justiça e a República em muitos aspectos, as mulheres continuam enfrentando desigualdades profissionais, sociais e econômicas.

Em seu discurso na quinta-feira (7), durante a abertura de uma sessão pelo Dia Internacional da Mulher no Supremo, a ministra destacou a histórica luta das mulheres, afirmando que foram "silenciadas" ao longo do tempo. "Dizem que fomos silenciosas historicamente. Mentira. Fomos silenciadas, mas sempre continuamos falando, embora muitas vezes não sendo ouvidas", disse.

Baixa representatividade

Durante o atual mandato de Lula, a representatividade feminina no STF foi reduzida. Os dois ministros indicados por ele ao tribunal são homens, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Além disso, Dino foi nomeado para ocupar a vaga deixada pela ministra aposentada Rosa Weber, uma mulher.

Nas duas nomeações, o presidente ignorou os apelos de sua base e aliados para que ao menos uma mulher fosse indicada. Durante seus dois mandatos anteriores no Palácio do Planalto, de 2003 a 2010, Lula teve a oportunidade de fazer dez indicações ao Supremo Tribunal Federal, das quais apenas uma foi de uma mulher, a ministra Cármen Lúcia.