O deputado federal Ruy Carneiro (Podemos-PB) foi condenado a 20 anos de prisão por peculato, fraude e lavagem de dinheiro, além de devolução de R$ 750 mil aos cofres públicos.
A sentença foi proferida pelo juiz Adilson Fabrício Gomes Filho, na noite da quinta-feira (22), em um processo que tramitou em segredo de Justiça. A decisão foi tornada pública pelo G1 neste domingo (25).
A ação diz respeito a atos cometidos pelo parlamentar à época em que foi secretário de Estado da Juventude, Esporte e Lazer da Paraíba. Além dele, outras três pessoas foram condenadas, e duas inocentadas pela Justiça. Os condenados podem recorrer em liberdade.
Conforme denúncia feita pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB), após as investigações iniciadas em 2013, Ruy e as outras pessoas condenadas integraram uma organização criminosa especializada em fraudar licitações para desviar e lavar dinheiro público. A Justiça acatou a denúncia em 2018.
No caso, os contratos foram firmados em janeiro de 2009, entre a Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), e a Desk Móveis Escolares e Produtos Plásticos Ltda. Foi feita uma dispensa de licitação para a compra de 5 mil assentos desportivos com encosto e 42 mil assentos desportivos sem encosto para serem instalados no Estádio José Américo de Almeida, o Almeidão, e no Ginásio Poliesportivo Ronaldão, ambos em João Pessoa.
De acordo com o juiz, a investigação comprovou que houve fraude licitatória, superfaturamento de produtos, desvio de recursos públicos, danos ao erário, formação de quadrilha, e lavagem de dinheiro, com um prejuízo estimado de R$ 1,5 milhão.
Em nota, a defesa de Ruy Carneiro informou que recebeu com estranheza a notícia da decisão. Segundo o deputado, todos os assentos comprados que motivaram o processo foram comprados, instalados legalmente e passaram por contagem de auditores do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB).
“O TCE já se pronunciou sobre isso na época, muitos anos atrás, constatando em duas auditorias que 99,68& das cadeiras estavam inteiras e correspondiam ao que foi licitado, sendo que 0,32% estavam danificadas por desgaste natural de uso”, informou o deputado.