O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou, neste sábado (14), que o Poder Judiciário não irá “se acovardar” perante ataques de milícias digitais e não pode “baixar a cabeça para movimentos populistas”.
Em palestra no último dia do Congresso Brasileiro de Magistrados, em Salvador, ele destacou que as eleições de 2022 serão limpas e transparentes. Moraes vai assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) neste ano e comandará a Corte durante o pleito deste ano.
"Vamos garantir a democracia no Brasil com eleições limpas, transparentes e por urnas eletrônicas. Em 19 de dezembro, quem ganhar vai ser diplomado nos termos constitucionais, e o Poder Judiciário vai continuar fiscalizando e garantindo a democracia", disse.
Segundo o ministro, as milícias digitais produzem conteúdo falso e notícias fraudulentas, com “o mesmo ou mais acesso que a mídia tradicional".
"A internet deu voz aos imbecis. Hoje qualquer um se diz especialista, veste terno, gravata, coloca painel falso de livros e fala desde a guerra da Ucrânia até o preço da gasolina, além de atacar o Judiciário", afirmou.
Moraes afirmou que movimentos populistas se apoderaram das plataformas digitais, em um movimento construído “principalmente pela extrema-direita”. “Não é descoordenado, tem muito dinheiro”, completou.
No entanto, Alexandre de Moraes disse não acreditar em uma ruptura da democracia e das instituições no Brasil.
“Nós superamos dois impeachments. O fato de termos turbulências não significa que não temos estabilidade democrática”.
Na última sexta (14), outros ministros do STF fizeram palestras no Congresso Brasileiro de Magistrados. Atual presidente do TSE, o ministro Edson Fachin pediu que todos os Poderes prometam respeitar o resultado das eleições.
Já o ministro Luís Roberto Barroso afirmou ter gastado muito tempo discutindo “a bobagem do voto impresso”. Ambos também falaram em ataques à democracia por parte de grupos na internet.
O TEMPO agora está em Brasília. Acesse a capa especial da capital federal para acompanhar as notícias dos Três Poderes.