Ataque aos poderes

PF tem provas de assessor de Bolsonaro na cúpula do Congresso no 8 de janeiro

Investigação traz transcrições e prints de mensagens disparadas em aplicativos de celulares por Marcos dos Reis incentivando a “tomada de poder pelas Forças Armadas

Por O Tempo Brasília
Publicado em 16 de junho de 2023 | 14:49
 
 
 
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A Polícia Federal tem provas de que o sargento do Exército Luís Marcos dos Reis, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), participou dos criminosos de 8 de janeiro, inclusive subindo na cúpula do Congresso Nacional.

Luís Marcos dos Reis integrava a equipe do tenente-coronel Mauro Cid na Ajudância de Ordens de Bolsonaro. Ambos foram presos na operação da PF contra fraude em cartões de vacina do ex-presidente e assessores, em maio.

A informação é da jornalista Andreia Sadi e foi publicada no blog dela no G1 nesta sexta-feira (16). Ela diz que um relatório da PF concluiu que Marcos dos Reis participou ativamente dos atos que visavam uma intervenção militar.

A PF também tem provas de que o ex-assessor de Bolsonaro ajudava a manter o acampamento no Quartel-General do Exército em Brasília, de onde saiu a maioria dos participantes da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.

O relatório da PF traz transcrições e prints de mensagens disparadas em aplicativos de celulares por Marcos dos Reis incentivando a “tomada de poder pelas Forças Armadas”. No aparelho do militar, peritos encontraram registros dele no 8 de janeiro.

Ainda segundo a PF, após enviar vídeos em cima da cúpula do Congresso a um primo, pouco antes das 18h30, Luís Marcos dos Reis escreveu: “Eu estou no meio da muvuca! Não sei o que está acontecendo! O bicho vai pegar!”.

Em seguida, o sargento enviou um áudio, na mesma troca de mensagens, que dizia: “Entraram no Planalto, no Congresso, Câmara dos Deputados, entrou no STF. E quebrou, arrancou as togas lá daqueles ladrão (sic). Arrancou tudo! Foi, foi. O bicho pegou hoje aqui!”.

Mais tarde, por volta de 20h, Marcos dos Reis disse que já estava em casa e que trabalharia cedo no dia seguinte, mas que “o recado foi dado”. 

Celular de Cid traz detalhes de roteiro para golpe de Estado, diz revista

Reportagem da revista Veja, publicada na quinta-feira (15), revelou que o telefone celular de Mauro Cid tinha um documento com uma espécie de plano de golpe para anular a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no ano passado.

Também foram identificadas mensagens em que um oficial das Forças Armadas pede que Cid convença Bolsonaro a ordenar uma intervenção militar — o que configuraria um golpe de Estado.

De acordo com a publicação, o documento no celular de Cid — que está preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF — é intitulado "Forças Armadas como poder moderador".

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