A Polícia Federal tem provas de que o sargento do Exército Luís Marcos dos Reis, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), participou dos criminosos de 8 de janeiro, inclusive subindo na cúpula do Congresso Nacional.
Luís Marcos dos Reis integrava a equipe do tenente-coronel Mauro Cid na Ajudância de Ordens de Bolsonaro. Ambos foram presos na operação da PF contra fraude em cartões de vacina do ex-presidente e assessores, em maio.
A informação é da jornalista Andreia Sadi e foi publicada no blog dela no G1 nesta sexta-feira (16). Ela diz que um relatório da PF concluiu que Marcos dos Reis participou ativamente dos atos que visavam uma intervenção militar.
A PF também tem provas de que o ex-assessor de Bolsonaro ajudava a manter o acampamento no Quartel-General do Exército em Brasília, de onde saiu a maioria dos participantes da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
O relatório da PF traz transcrições e prints de mensagens disparadas em aplicativos de celulares por Marcos dos Reis incentivando a “tomada de poder pelas Forças Armadas”. No aparelho do militar, peritos encontraram registros dele no 8 de janeiro.
Ainda segundo a PF, após enviar vídeos em cima da cúpula do Congresso a um primo, pouco antes das 18h30, Luís Marcos dos Reis escreveu: “Eu estou no meio da muvuca! Não sei o que está acontecendo! O bicho vai pegar!”.
Em seguida, o sargento enviou um áudio, na mesma troca de mensagens, que dizia: “Entraram no Planalto, no Congresso, Câmara dos Deputados, entrou no STF. E quebrou, arrancou as togas lá daqueles ladrão (sic). Arrancou tudo! Foi, foi. O bicho pegou hoje aqui!”.
Mais tarde, por volta de 20h, Marcos dos Reis disse que já estava em casa e que trabalharia cedo no dia seguinte, mas que “o recado foi dado”.
Reportagem da revista Veja, publicada na quinta-feira (15), revelou que o telefone celular de Mauro Cid tinha um documento com uma espécie de plano de golpe para anular a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no ano passado.
Também foram identificadas mensagens em que um oficial das Forças Armadas pede que Cid convença Bolsonaro a ordenar uma intervenção militar — o que configuraria um golpe de Estado.
De acordo com a publicação, o documento no celular de Cid — que está preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF — é intitulado "Forças Armadas como poder moderador".
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