Processo

PGR vai investigar Pastor Isidório por falas transfóbicas em sessão na Câmara

O parlamentar afirmou na campanha eleitoral de 2018, ao disputar cadeira no Legislativo, que é um “ex-gay e defendeu no pleito a “cura gay

Por O Tempo Brasília
Publicado em 28 de outubro de 2023 | 17:55
 
 
 
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A Procuradoria Geral da República (PGR) iniciou uma investigação para apurar falas com teor de violência política de gênero, mais conhecida homotransfobia, para apurar declarações feitas pelo deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) contra a deputada Erika Hilton (PSOL-SP). A abertura do processo, que está sendo chefiado pela vice-procuradora Geral, Ana Borges Coêlho Santos, atende a pedidos da própria deputada e também do Ministério Público Eleitoral (MPE).. 

No último mês, em sessão da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados que discutia projeto que proíbe o casamento homoafetivo no país, disse: "Homem nasce como homem, com 'binga', portanto, com 'pinto', com pênis, mulher nasce com sua cocota, sua 'tcheca', portanto sua vagina. Mesmo com as suas fantasias, homem, mesmo cortando a 'binga', não vai ser mulher. Mulher, tapando a cocota, se for possível, não será homem".

Além disso, ele se referiu à Erika Hilton como “meu amigo”. Na mesma sessão, o pastor disse que "Deus criou naturalmente homem e mulher". Para a procuradora responsável pelo caso, a formalização de investigação, pedida pela deputada e pelo MPE, “demanda um suporte mínimo de justa causa, que se refere à verossimilhança dos fatos supostamente ilícitos apontados e à probabilidade de que haja meios eficazes de apuração”. 

Conhecido por andar com uma bíblia na mão pelos corredores do Parlamento, Pastor Isidório afirmou na campanha eleitoral de 2018, ao disputar cadeira na Câmara, que é um “ex-gay” e defendeu no pleito a “cura gay”. Ele diz que foi “curado pela bíblia”. Nos últimos dias, o parlamentar criticou novamente a população LGBTQIA+, mas mudou de posição em relação ao casamento civil. Ele diz que não vai, por “hipocrisia, votar contra direitos de garantia social, pois sei que, se Jesus estivesse aqui, não faria isso".

A reportagem de O TEMPO Brasília procurou o parlamentar para comentar sobre o processo da PGR. O espaço segue aberto. 

 

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