Eleição suplementar

Prefeito cassado em março por compra de votos é eleito novamente no Sul do país

Cassado em março pelo TSE por compra de votos nas eleições de 2022, Paulo Renato Cortellini (MDB) é eleito prefeito no RS novamente em eleição suplementar

Por Renato Alves
Publicado em 29 de abril de 2024 | 12:30
 
 
 
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Cassado em 5 de março por compra de votos, Paulo Renato Cortellini (MDB) voltou a ser eleito prefeito São Francisco de Assis (RS) no último domingo (28), com 53,22% dos votos. Apenas duas chapas concorreram. A outra foi encabeçada por Ademar Antônio Dal Rosso Frescura (PP), que obteve 46,78% dos votos.

São Francisco de Assis, que fica na fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, foi um dos três municípios que tiveram eleições suplementares no domingo. As outras foram Alto Alegre (RR) e Turvelândia (GO). 

Na primeira, o pleito foi convocado após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassar os mandatos do prefeito e da vice eleitos pela prática de abuso de poder econômico nas Eleições 2020. O mesmo ocorreu em Turvelândia. 

Vice e presidente da Câmara ficaram inelegíveis

No caso de São Francisco de Assis, que tem 17,6 mil habitantes, o prefeito cassado pôde concorrer novamente porque não foi tornado inelegível. Já o vice dele, Jeremias Izaguirre de Oliveira (PDT), e o vereador Vasco Henrique Asambuja de Carvalho (MDB), tiveram os diplomas cassados e foram considerados inelegíveis por oito anos, a partir das eleições de 2020.

Em 5 de março, o TSE confirmou a cassação dos mandatos do prefeito, do vice-prefeito e do presidente da Câmara de São Francisco de Assis por compra de votos e abuso de poder, que envolveria empresários da cidade.

Paulo Cortelini e Jeremias de Oliveira foram eleitos em 2020 com 6,6 mil votos. Três dias após a votação, após denúncia do Ministério Público (MP), a Polícia Civil cumpriu ordens judiciais nas casas de ambos e do então vereador eleito Vasco Henrique de Carvalho. 

O MP apontou provas de que Carvalho, então candidato a vereador, visitou uma eleitora e se comprometeu a pagar contas para ela, mas pediu sigilo, pois temia ser “preso” e “cassado”. O promotor do caso também disse haver prova de promessa de entrega de cestas básicas da Assistência Social do município para pessoas que seriam indicadas pela eleitora. 

Os então candidatos a prefeito e vice passaram a ser investigados porque Vasco Henrique de Carvalho fez tais promessas em troca de votos para ele e os outros dois, ainda segundo o MP. Entre outras provas, o promotor apresentou telefonemas do candidato a vereador para a eleitora.

E, também conforme a denúncia do MP, eleitores ainda ganharam combustíveis em troca de votos. O promotor apresentou pagamentos a donos de postos de combustíveis que teriam liberado etanol e gasolina a eleitores que se comprometeriam a votar nos três políticos. 

Em setembro de 2021, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul cassou o trio. Eles recorreram ao TSE, mas perderam novamente. Desde a cassação de Cortelini, a cidade teve três prefeitos interinos. 

 

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