Pouco depois de o presidente Jair Bolsonaro (PL) colocar em dúvida as urnas eletrônicas, sem provas, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, rebateu o que chamou de “narrativas nocivas”. Sem citar o chefe do Executivo, o ministro demonstrou preocupação com a criação de “encenações interligadas”.
"Há um inaceitável negacionismo eleitoral por parte de uma personalidade pública importante dentro de um país democrático e é muito grave a acusação de fraude, de má fé, a uma instituição, sem apresentar prova alguma", criticou durante participação virtual em evento da OAB do Paraná.
Bolsonaro usou o encontro com embaixadores, na tarde desta segunda, para reforçar informações que desacreditam o sistema eleitoral. Ele também voltou a criticar a atuação dos ministros do Supremo e integrantes da Justiça Eleitoral, em especial os ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, além de Fachin.
Pouco depois do encontro, a comunicação do TSE divulgou uma lista rebatendo e desmentindo ponto a ponto as afirmações do presidente.
No evento da OAB, Fachin abordou o fenômeno da desinformação. O ministro criticou “eventos órfãos de embasamento técnico, pobres em substância argumentativa, que violam as bases históricas do contrato social da comunicação, e violam as premissas manifestas da legalidade constitucional”.
“Essa é a manipulação: tentar sequestrar a ação comunicativa, a própria opinião pública e a estabilidade política”, alertou o presidente do TSE. "Críticas sim, aprimoramentos sim, intervenções na Justiça eleitoral jamais.”
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