Mulheres notáveis que fizeram história de Brasil e Minas

O mês de março é dedicado às mulheres. Na última quarta-feira, comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Ao recordar dos feitos de brasileiras notáveis, venho homenagear todas nós, mulheres. As mulheres têm o dom de liderar os rumos da sociedade com firmeza e afeto, coragem e leveza.

Maria Leopoldina

A independência do Brasil foi oficializada pelas mãos de uma mulher. A Imperatriz Maria Leopoldina, esposa de D. Pedro I, teve papel fundamental na independência do Brasil, principalmente no que diz respeito à articulação política que resultou na declaração de independência do país em 1822. Durante a crise política que culminou na independência do Brasil de Portugal, Leopoldina foi importante na comunicação entre as províncias brasileiras e o governo português.

Em 1822, quando o governo português ordenou que D. Pedro voltasse a Portugal e colocasse fim ao movimento, Leopoldina o incentivou a ficar, e o Dia do Fico foi um episódio decisivo para a independência do país. Além disso, a Imperatriz Maria Leopoldina também foi responsável por redigir a primeira Constituição do Brasil, conhecida como Carta Constitucional de 1824.

Maria Quitéria

Foram várias as mulheres importantes na origem do nosso país. Maria Quitéria de Jesus é a primeira mulher a integrar as Forças Armadas e conhecida por ter lutado na Guerra da Independência do Brasil. Ela se disfarçou de homem para se alistar no Exército. Maria Quitéria é, atualmente, patrona do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro.

Ao longo da nossa história, temos muitos exemplos de mulheres notáveis. Mas quero aproveitar para evidenciar também feitos recentes, de mineiras que se destacaram em suas áreas de atuação.

Karla Lessa

Quem não se lembra do resgate heroico de helicóptero às vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho? As manobras realizadas com extrema técnica e perícia, nas imagens que rodaram o mundo, foram realizadas pela major Karla Lessa, comandante de helicóptero do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.

Heley de Abreu Silva

Ao rememorar heroínas mineiras, quero enfatizar minha profunda admiração pela professora Heley de Abreu Silva, que deu sua própria vida para tentar salvar seus alunos do fogo durante a tragédia da creche em Janaúba. Heley, além de professora dedicada, é sobretudo uma mulher admirável. Seu amor pelas crianças ultrapassa o limite da vida e é um feito que jamais pode ser esquecido.

As mulheres são o alicerce das famílias e, consequentemente, da sociedade. Somente por isso, já merecemos um dia dedicado a nós. Reduzir a comemoração apenas ao papel profissional que desempenhamos talvez seja diminuir o tamanho do nosso impacto na sociedade.

Mulheres na política

Considerando a totalidade do universo feminino, as mulheres não são, e nem devem ser, iguais aos homens. São mais sensíveis, empáticas e resilientes. Mulheres e homens não são iguais, e isso é ótimo. Somos humanamente diferentes, cada um com suas forças e fraquezas, mas juntos somos capazes de ir mais longe. O valor absoluto que deve reger as relações humanas é o respeito.

No campo da política, temos a oportunidade de refletir sobre as conquistas significativas alcançadas pelas mulheres ao longo da história e reconhecer que ainda há muito a ser feito. Março é um mês para honrar as mulheres que lutaram pelo direito ao voto e, posteriormente, pela oportunidade de se candidatar a um cargo eletivo.

É também tempo de inspirar uma nova geração de mulheres a continuar avançando em direção a um futuro com mais participação feminina na política e, diga-se de passagem, sem a necessidade de quotas de gênero nas eleições. Afinal, somos tão competentes quanto os homens para atuar nos espaços de poder.