Subiu o tom

'Lugar de preso condenado é na cadeia', diz vice-governador sobre saidinhas

Mateus Simões lembrou a morte do sargento Roger Dias, da Polícia Militar de Minas Gerais, assassinado por um preso durante a saidinha

Por O TEMPO
Publicado em 22 de março de 2024 | 12:25
 
 
 
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O vice-governador mineiro, Mateus Simões (Novo), criticou o debate realizado em torno das “saidinhas” de presos e disse que “lugar de preso condenado é na cadeia”. Ele comentou a aprovação, na Câmara dos Deputados, do projeto e defendeu rigor no cumprimento das penas determinadas pelo Poder Judiciário.

“A progressão de pena, o preso pode ter, mas a 'saidinha' não. Porque 'saidinha' significa que ele não está na progressão para estar na rua naquele momento. Mas como a data é importante, a gente libera ele assim mesmo", destaca.

"Alguém aqui tem dúvida que líder de facção criminosa se comporta bem dentro do presídio? É claro que ele se comporta bem; todo mundo trabalha pra ele dentro do presídio. Então, esses todos são liberados por terem bom comportamento. E alguém acha isso normal?”, questiona o vice-governador.

Mateus Simões participou, nesta sexta-feira (22), do quadro Café com Política da FM O TEMPO 91,7 e lembrou do assassinato do sargento Roger Dias por um condenado pela Justiça que recebeu o benefício da “saidinha”, no início de janeiro.

“Eu ouvi uma explicação tétrica recentemente falando que (ao acabar com as saidinhas) a gente vai prejudicar 96% dos presos que voltam por conta de 4% dos presos que não voltam. Primeiro, dizer uma coisa: o sargento Dias não foi morto por um bandido que não voltou na saidinha à noite. Foi morto por um bandido durante a saidinha. Então, o meu problema não é só quem não volta, é também quem vai e volta. Mas enquanto está fora, está praticando crime”, destaca.

O vice-governador subiu o tom e falou que é necessário acabar com o “coitadismo” em relação aos detentos que cumprem pena no sistema prisional.  

“Esses 4% que não voltam para a cadeia, parecem nada no Brasil, mas são quase 5.000 presos. Nós estamos achando que está tranquilo deixar 5.000 bandidos condenados, que têm que cumprir pena, ficar circulando no meio da gente”, diz.  A gente fica relativizando esse negócio, com esse coitadismo em relação a quem cumpre pena. Nós não estamos falando aqui de gente que não foi julgada, não estamos falando de gente aqui que já está em liberdade condicional. Nós estamos falando de gente que está presa, condenada, deveria, está dentro da cadeia”, diz.

O vice-governador, no entanto, falou que é a favor da ressocialização dos presos, mas que isso precisa ser feito dentro das cadeias, com investimentos, diminuição de superlotação e qualificação do sistema.

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