Prisões mineiras

'Manter um menor no socioeducativo custa R$ 11 mil por mês', diz vice-governador

Mateus Simões afirma que sistema prisional corre o risco de colapsar, caso não avance no modelo de parceria público-privada

Por O TEMPO
Publicado em 22 de março de 2024 | 11:34
 
 
 
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O vice-governador Mateus Simões (Novo) afirma que a única alternativa viável para manter o jovem infrator no sistema de ressocialização é avançar nas parcerias público-privadas (PPP) do sistema prisional. Caso contrário, avalia o vice-governador, todo o modelo corre risco de falência.

“No socioeducativo, não tem solução. Um interno no socioeducativo custa a bagatela de R$ 11 mil por mês. Reforço para as pessoas entenderem, manter um interno no socioeducativo hoje custa mais de R$ 10 mil por mês para o governo do Estado. Então, se a gente não passar para um modelo mais barato, mais leve, fica inviável recolher os menores infratores. A gente vai acabar colapsando esse sistema”, diz Mateus Simões. 

O vice-governador Mateus Simões foi o entrevistado do quadro Café com Política da FM O TEMPO 91,7, nesta sexta-feira (22), e justificou a necessidade de mudar o modelo ao comparar o custo da internação de um menor infrator com o custo de um preso comum, que custaria aproximadamente R$ 3.000 por mês. 

Simões criticou o governo federal por não definir uma posição única em relação ao modelo de PPP e atrasar o avanço da proposta que, segundo Simões, seria uma solução para o sistema prisional brasileiro.

“O Ministério da Justiça fez uma defesa muito própria, recentemente, do sistema de PPPs prisional. Aí, o ministro dos Direitos Humanos (Silvio Almeida) está lá criticando o modelo. Mas se quem entende de segurança está defendendo, por que o ministro está criticando? É porque ele (Silvio Almeida) está defendendo uma bandeira, não está preocupado com segurança pública”, diz o vice-governador.

Mateus Simões afirma que o governo federal está segurando repasse de R$ 30 milhões para Minas Gerais investir na PPP do sistema socioeducativo, pois ainda não unificou o debate em torno do modelo. 

“Para o preso, é muito melhor. A chance de ressocializar alguém na nossa PPP é muito maior, porque não tem superlotação, o serviço e a higiene são adequados, o prédio está sempre em boa condição. Mas ficamos travados porque o governo federal, que deveria estar colocando dinheiro nisso, tem, no Ministério da Justiça, uma manifestação que precisamos das PPPs e do lado dos Direitos Humanos uma recusa porque não gosta do modelo”, avalia.

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