Lula dá primeiro passo para impulsionar candidatura de Kalil a governador

O ex-presidente Lula (PT) cumpriu o que se esperava dele na quarta-feira (15) em Uberlândia e associou o seu nome ao pré-candidato a governador de Minas, Alexandre Kalil (PSD). O petista é visto como fundamental por aliados do ex-prefeito de Belo Horizonte para que Kalil se torne conhecido no Triângulo Mineiro, onde ocorreu o evento político, e nas demais regiões do interior do Estado.

Lula disse que quando Kalil for aprovado na convenção partidária como candidato do PSD ao Palácio Tiradentes, o que ao que tudo indica é apenas uma formalidade neste momento, ele viajará por Minas Gerais para pedir que seus apoiadores votem no ex-prefeito.

“Eu quase nunca perdi uma eleição em Minas. Tem região em Minas que a gente tem até 70% dos votos. Quando você tiver candidato, e eu puder visitar Minas com você, eu quero pedir cada voto pra você. Quando chegar em janeiro, você não precisa tomar posse no dia 1º: atrasa um pouquinho porque eu quero estar com você com o povo de Minas Gerais para dar posse ao companheiro Kalil como governador”, discursou o ex-presidente.

A aliança de Kalil com o petista foi fechada no mês passado após o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Agostinho Patrus (PSD), abrir mão de ser candidato a vice-governador. O PT, então, indicou o deputado estadual André Quintão (PT) para a vaga. 

O gesto de Agostinho foi necessário porque o senador Alexandre Silveira (PSD) não aceitou que o deputado federal Reginaldo Lopes (PT) fosse seu adversário na disputa à reeleição.

Lula disse também que Minas não pode se render ao governo de Jair Bolsonaro e ficar de cabeça baixa. “Minas é muito grande e muito poderoso. Eu acho que ele vai fazer por Minas o que fez com o Atlético. Vai fazer Minas ser um dos estados mais poderosos do país”, disse o ex-presidente.

Assista discurso de Lula na íntegra:

Críticas a Bolsonaro

O petista voltou a afirmar que Bolsonaro está com medo de ser preso, assim como ocorreu com a ex-presidente da Bolívia, Jeanine Añez, condenada nesta semana a 10 anos de prisão por ter participado de um golpe contra o também ex-presidente do país sul-americano, Evo Morales.

“Essa coisa”, disse Lula se referindo a Bolsonaro, “tem que saber o seguinte: não adianta falar de general, de soldado, de militar, porque o povo brasileiro vai dar um golpe nas urnas em 2 de outubro. É o povo que vai tirar essa coisa da presidência da República para que a gente possa viver tranquilamente e feliz da vida. Nós estamos predestinados e dispostos a varrer essa gente desse país porque essa gente destruiu o brasil”, continuou.

Ele também repetiu a frase que marcou seu último discurso antes de ser preso em 2018 pela Operação Lava-Jato e prometeu que vai melhorar a vida da população se voltar ao Palácio do Planalto. “O Lula não é um ser humano. O Lula é uma ideia. E essa ideia está na cabeça do povo. Pode ter certeza: o povo vai voltar a comer, o povo vai voltar a viver dignamente”, declarou.

Alckmin elogia gestão de Kalil em BH

O ato político em Uberlândia foi a primeira vez que Geraldo Alckmin (PSB) esteve em Minas Gerais na condição de vice de Lula. Em seu discurso, o ex-tucano disse que se aliou ao petista porque é preciso salvar a democracia no Brasil e elogiou a gestão de Kalil à frente da Prefeitura de Belo Horizonte.

“Fez hospitais, creches e escolas. Não prometeu, mas cumpriu. Fez um governo exemplar na capital. De mão dadas, Lula e Kalil, a melhor parceria que temos para Minas Gerais poder avançar ainda mais”, declarou Alckmin.