BRASÍLIA - O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi ferido nesta segunda-feira (21/7) durante a ida do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à Câmara dos Deputados. Com o tumulto na saída de Bolsonaro, o parlamentar foi atingido acidentalmente por um microfone. O episódio também resultou na quebra de uma mesa de vidro.
"Houve um corte na parte debaixo do olho que sangrou muito na hora, e o deputado ficou meio tonto. Mas já está bem", afirmou a assessoria de Nikolas Ferreira.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi ferido nesta segunda-feira (21) durante a ida do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à Câmara dos Deputados. Com o tumulto na saída de Bolsonaro, o parlamentar foi atingido acidentalmente por um microfone. O episódio também resultou… pic.twitter.com/EchL6JlJt9
— O Tempo (@otempo) July 21, 2025
Jair Bolsonaro se reuniu com a bancada do seu partido, o PL, na Câmara dos Deputados e pretendia dar uma coletiva de imprensa, sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs o uso de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente, além de medidas restritivas.
No entanto, em despacho desta segunda-feira, o ministro, que é relator das ações de Bolsonaro no STF, explicou que as medidas cautelares aplicadas na sexta-feira (18/7) proíbem na prática o ex-presidente de conceder entrevistas. A determinação de Moraes impede a veiculação de conteúdos nas redes sociais, incluindo transmissões, áudios, vídeos e trechos de entrevistas publicados por terceiros.
O magistrado expediu o despacho como complemento às medidas cautelares impostas na sexta-feira (18/7). Ele explica que a restrição ao uso de redes sociais não se limita às publicações pessoais de Bolsonaro, mas se estende a conteúdos compartilhados por apoiadores e aliados. O descumprimento dessa determinação pode levá-lo à prisão.
Na Câmara, Bolsonaro exibiu a tornozeleira eletrônica e classificou a medida como "máxima humilhação".
"Não roubei os cofres públicos, não desviei recurso público, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação em nosso país. Uma pessoa inocente. Covardia o que estão fazendo com um ex-presidente da República. Nós vamos enfrentar a tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus", disse o presidente.
O uso da tornozeleira foi determinado após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou risco de fuga do país e de intimidação a ministros do STF, da PGR e da Polícia Federal.
As restrições foram adotadas no âmbito do inquérito que apura tentativa de obstrução da Justiça, coação no curso do processo e atentado à soberania supostamente cometidos por Jair Bolsonaro.
Além do ex-presidente, seu filho Eduardo Bolsonaro também é investigado por suposta atuação contra instituições brasileiras nos Estados Unidos.