Em Juiz de Fora

Malhação de Judas tem Lula, ministros do STF e Felipe Neto como alvos em MG

Ministro-chefe de Comunicação Social, Paulo Pimenta atribui ato à extrema-direita e influenciador questiona até aonde vai o bolsonarismo

Por Gabriel Ferreira Borges
Publicado em 08 de abril de 2023 | 19:19
 
 
 
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O movimento Direita Minas simulou uma Malhação de Judas, neste sábado (8), em Juiz de Fora, na Zona da Mata, com bonecos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a primeira-dama Janja, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), o influenciador Felipe Neto e a prefeita Margarida Salomão (PT). A malhação, tradição cristã relembrada sempre aos Sábados de Aleluia, simboliza a vingança a Judas Iscariotes por ter traído Jesus.   

Os autores intitularam o ato, realizado no calçadão da Rua Halfeld, região central de Juiz de Fora, como “Operação Iscariotes”. “Desculpem, a nossa apresentação da paixão de Cristo foi cancelada, pois todos os ladrões foram nomeados como ministros de Barrabás Inácio da Silva”, ironizou um dos cartazes levados. O adereço ainda tinha uma foto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com o número de urna 22. 

O ato revoltou Felipe Neto, que, nas redes sociais, o atribuiu ao bolsonarismo. “Até aonde vai o bolsonarismo? Isso aconteceu em Juiz de Fora hoje. Vão esperar um bolsonarista me matar para fazer alguma coisa?”, questionou. Em seguida, após retaliar a ação, o influenciador divulgou ameaças recebidas em mensagens privadas. “Era pra ter morrido”, afirmou um dos usuários. No boneco caracterizado como Felipe Neto, havia um cartaz com os dizeres "cuidado: protejam os seus filhos".

A ação levou o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta (PT), a prestar solidariedade a Felipe Neto, à Margarida e ao ministro Luis Roberto Barroso, que, ao lado de Alexandre de Moraes, foi outro dos alvos. “Neste momento em que trabalhamos para unir e reconstruir o país, não vamos tolerar que a cultura do ódio continue sendo propagada pelo Brasil através dos mesmos atores que fizeram de tudo para dividir nossa sociedade”, afirmou, atribuindo o ato à extrema-direita.

Assim como Pimenta, a deputada federal Ana Pimentel (PT-MG), cujo domicílio eleitoral é Juiz de Fora, responsabilizou a extrema-direita pela iniciativa. “Minha solidariedade à prefeita Margarida Salomão, ao Felipe Neto e ao ministro Luis Roberto Barroso, que tiveram suas imagens atacadas hoje pela extrema-direita em Juiz de Fora. Estejam certos de que isso não representa o povo juizforano e sim uma minoria que propaga a cultura do ódio”, disse.

Já a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) pediu um basta à violência. "Quem incita crimes e violência contra qualquer pessoa é criminoso! Solidariedade à Margarida Salomão e ao Felipe Neto por ataques contra si, em Juiz de Fora. Cada atentado que está acontecendo é culpa desse ódio disseminado", afirmou a parlamentar.

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