A pré-candidata Professora Andresa (PSB), que concorre à Prefeitura de Mário Campos, na região metropolitana de Belo Horizonte, começa a corrida eleitoral com uma ampla vantagem em relação a Douglas Campos (Novo), atual vice-prefeito da cidade. Se a eleição fosse hoje, ela teria 57,3% das intenções de voto, contra 15,3% do segundo colocado. Os nomes dos dois pré-candidatos foram apresentados aos eleitores, na primeira rodada da pesquisa DATATEMPO/CP2 realizada no município no início do mês. A margem de erro do levantamento é de 5,6 pontos percentuais para mais ou para menos.
Ao serem considerados apenas os votos válidos, Professora Andresa aparece com uma vantagem ainda maior: 78,9% das intenções de voto, contra 21,1% de Douglas Campos. Nos votos válidos são excluídos brancos, nulos e os que não sabem ou não responderam.
Já no cenário espontâneo, quando não é apresentado uma lista com os nomes dos pré-candidatos, Professora Andresa lidera ainda com mais folga. Ela tem 27,7% das intenções de voto, contra 3% de Douglas Campos.
“Em um cenário espontâneo, ainda marcado pela maioria de eleitores indecisos (51,3%), quando o nome da professora (Andresa) é mencionado, ela capta, ou melhor, consegue converter quase 46,8% desses votos a seu favor”, avalia a doutora em ciência política e coordenadora de pesquisa do DATATEMPO/CP2, Audrey Dias.
Para Audrey, a pré-candidata detém a maior possibilidade de crescimento, considerando as pessoas que votariam com certeza e que poderiam votar nela. Professora Andresa foi vereadora em Mário Campos entre 2016 e 2020. “(Ela) possui a maior quantidade de eleitores com os votos já definidos”, analisa a especialista do instituto DATATEMPO/CP2.
Definitivo
Grande parte dos eleitores de Mário Campos (41,7%) diz que a decisão de voto é definitiva e não deve mudar até a eleição, prevista para ocorrer em outubro.
Outros 32,7% dizem que ainda não se decidiram. Entre os entrevistados que dizem votar em Professora Andresa, a definição é de 57%. Já aqueles que dizem que votarão em Douglas Campos, 26,1% afirmaram que não mudarão a escolha. Professora Andreza, que agora aparece bem na pesquisa eleitoral, perdeu em 2020 para o atual prefeito.
Rejeição
A pesquisa DATATEMPO/CP2 também mediu a rejeição de cada um dos pré-candidatos em Mário Campos. Segundo o levantamento, Douglas Campos enfrenta maior resistência no eleitorado, com 39,7% dos entrevistados dizendo que não votariam nele de jeito nenhum. Enquanto isso, 14,7% disseram que não votariam de jeito nenhum em Professora Andresa.
“A gestão do atual prefeito, Anderson do Zé Baixinho, tem uma avaliação negativa, e ele é desaprovado pela maioria dos eleitores. Isso pode afetar Douglas Campos, seu vice, que amarga como o candidato mais rejeitado”, avalia Audrey Dias.
De acordo com o levantamento do instituto DATATEMPO/CP2, 50,7% dos entrevistados consideram a gestão do atual prefeito como “ruim ou muito ruim”.
Saúde é o maior problema
A saúde é apontada como o maior problema de Mário Campos, segundo os entrevistados pela pesquisa do instituto DATATEMPO/CP2. O gargalo foi citado por 39% dos eleitores. Em segundo lugar, aparece a infraestrutura, indicada por 15% dos ouvidos. Em seguida estão geração de emprego, com 12,7%, trânsito e transporte (9,3%) e serviços administrativos da prefeitura (7,3%).
Na pesquisa DATATEMPO/CP2 realizada em outros municípios, como Belo Horizonte e Contagem, na região metropolitana, e em Conceição do Mato Dentro, na região Central do Estado, a saúde também foi citada como principal problema. Na capital, uma das possíveis justificativas apontadas pelos pesquisadores do DATATEMPO/CP2 foi o surto de dengue, que teria afetado a avaliação dos entrevistados. No caso de Mário Campos, na análise da coordenadora de pesquisa, Audrey Dias, a explicação pode ser outra.
“Quando questionados sobre uma razão para aprovar a atual gestão, muitos entrevistados citaram a saúde (40,8%). Mas, ao mesmo tempo, os entrevistados dizem que a saúde ainda é o maior problema (39%). Isso sugere que muitos eleitores reconhecem a necessidade de melhorias e investimentos nos serviços de saúde locais em relação a outras áreas da administração”, diz a pesquisadora.
Lula e Bolsonaro puxam mais votos
A polarização entre o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve influenciar as escolhas da maioria dos eleitores em Mário Campos. Entre os entrevistados pelo instituto DATATEMPO/CP2, 29,7% dizem que podem ter o voto influenciado por Lula, enquanto 26% afirmam que poderiam escolher um candidato sob influência de Jair Bolsonaro.
Apesar dos dados, a pesquisadora Audrey Dias diz que não é possível apontar uma tendência do eleitorado em relação à maior influência de Lula ou de Bolsonaro nas eleições na cidade. “A gente não consegue elencar de forma contundente o impacto dos apoios no eleitorado, uma vez que os dados indicam empate técnico”, destaca a especialista, lembrando que a margem de erro do levantamento é de 5,6 pontos percentuais para mais ou para menos.
Outros 10% dos entrevistados estão dispostos a escolher um nome indicado pelo governador Romeu Zema (Novo), enquanto 7,7% dizem que o atual prefeito, Anderson do Zé Baixinho (PP), poderia influenciar a escolha de um candidato.
Para 25% dos eleitores, no entanto, o apoio de Lula, Bolsonaro ou qualquer outro político não fará diferença na hora de escolher o voto para prefeito.
Zema à frente de Lula
Já na hora de avaliar os governos, a gestão de Zema é mais bem avaliada que a de Lula. De acordo com a pesquisa DATATEMPO/CP2, 46,7% dos entrevistados aprovam a administração do governador mineiro, enquanto 45% aprovam a gestão petista.
Metodologia
A pesquisa realizada pela CP2, contratada por Raphael Eduardo de Melo e Silva. Os dados foram coletados de 6 a 8 de maio de 2024. Foram realizadas 300 entrevistas domiciliares. A margem de erro é de 5,6 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%. Pesquisa registrada: TRE MG-03427/2024.