Rescaldo

Bolsonaristas dizem que falta de sigla de direita resultou em derrota na urnas

Foco em 2021 é decidir a questão partidária; isso está nas mãos do presidente Jair Bolsonaro

Por Fransciny Alves
Publicado em 30 de novembro de 2020 | 17:00
 
 
 
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O resultado nas urnas muito aquém do esperado nas eleições municipais acendeu um sinal amarelo entre os políticos bolsonaristas: é preciso organização partidária para que esse quadro não se repita em 2022. A análise é de que mesmo com nomes conhecidos nas disputas eleitorais, a falta de planejamento impediu qualquer sucesso mais relevante no pleito deste ano. 

Segundo parlamentares ouvidos pela coluna, um dos principais entraves passa pelo fato de não se ter um partido de direita “de verdade”, que trabalhe pela retomada de espaços e defenda a ideologia do grupo de forma coesa e  clara. A análise é de que siglas de esquerda, como PSOL e PCdoB, por exemplo, têm isso. “A direita não tem um partido para lutar pelas suas causas e fazer um trabalho a longo prazo nesse sentido”, diz uma fonte. 

A expectativa é a de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dê esse direcionamento de caminho político-partidário “seguro” até março de 2021. Procurado, o deputado federal Cabo Junio Amaral (PSL-MG) diz que essa definição partidária pode até mesmo incluir o fim do intuito  de criar uma nova agremiação, a Aliança pelo Brasil. Até hoje, as assinaturas necessárias não foram alcançadas.

“Com essa decisão até março, isso leva a crer que o Aliança passe a não se tornar uma prioridade e que ele esteja negociando com algum partido.  Espero que essa  negociação leve em conta o fato de ele assumir o partido, dar cara e a conduta em conformidade com seus posicionamentos ideológicos. Ou seja, de fato, o partido ter liberdade sob o comando do presidente para assumir uma posição de direita bem definida”, afirmou.

Sumido

Também é apontado entre bolsonaristas que a falta de participação de Bolsonaro nas campanhas, restringida a apoios em vídeos, ajudou para o fiasco. O  final do segundo turno, no último domingo, mostrou que dos 62 candidatos a prefeito e vereador que o presidente declarou apoio em lives durante o período eleitoral, apenas 16 saíram vencedores. Em capitais, somente Tião Bocalom (PP), em Rio Branco (AC), conseguiu sucesso. 

“Essa nossa desorganização partidária, a falta de figuras de direita como é o presidente Jair Bolsonaro, a falta de estrutura, falta de fundo partidário, falta de tempo de TV e de alianças, tudo isso conta muito. A gente espera tirar lições, corrigir erros e ganhar experiências daquilo que a gente precisa fazer para voltar a ter sucesso, como em 2018 tivemos”, disse Amaral.

 

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