O número de pedidos de impeachment protocolados na Câmara dos Deputados contra Jair Bolsonaro (sem partido) somente não é maior do que da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), afastada do cargo em 2016.

Mas, é preciso considerar no cálculo que, dos 68 requerimentos de que a petista foi alvo, somente 14 foram apresentados no primeiro mandato. Enquanto isso, em menos de um ano e meio à frente do país, 38 documentos no Legislativo pedem a saída de Bolsonaro do comando do Palácio do Planalto, sendo que quatro foram desconsiderados.

Bolsonaro conseguiu ultrapassar Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na última terça-feira (12). Entre 2003 e 2010, foram entregues 37 pedidos de impeachment contra o petista à Câmara. O último requerimento desfavorável foi apresentado por um jornalista do interior de São Paulo.

A denúncia alega que ele cometeu crime de responsabilidade por declarações, em março deste ano, de que a pandemia do novo coronavírus se tratava muito mais de fantasia que a grande mídia, e leva em consideração também o fato de o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro dizer que o presidente queria interferir politicamente na Polícia Federal (PF).

Desde a redemocratização

Ainda segundo a Câmara dos Deputados, foram protocolados na Casa 31 pedidos de impeachment contra Michel Temer (MDB). Já Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi alvo de 24 solicitações. Contra Itamar Franco foram apresentados quatro requerimentos e outros 29 contra o hoje senador Fernando Collor (PROS-AL). Ele foi afastado do cargo em 1992.

Rito

Para o impeachment ter andamento, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), precisa acatar a denúncia por crime de responsabilidade. A partir disso, o pedido é analisado em comissão especial e depois votado em plenário na Casa e posteriormente pelo Senado. Se for aceito, o processo é conduzido pelo Senado sob a chefia do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.