A defesa do ex-ministro da Justiça e Segurança Sergio Moro disse que recebeu com “respeito” e “serenidade” a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello de divulgar, nesta sexta-feira (22), a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril de 2020.

O conteúdo faz parte da investigação sobre a suposta interferência de Bolsonaro na direção Polícia Federal, que foram denunciadas pelo ex-magistrado quando ele deixou o cargo, no início do mês.

“A decisão possibilita às autoridades e à sociedade civil constatar a veracidade das afirmações do ex-ministro em seu pronunciamento de saída do governo e em seu depoimento à Polícia Federal, em 2 de maio”, escreveu o advogado do ex-juiz Rodrigo Sánchez Rios.

Ainda segundo o defensor, a decisão do ministro ressalta o “avanço democrático brasileiro, coibindo qualquer tipo de arroubo autoritário e reafirmando a soberania da lei e dos valores da Constituição cidadã”.

Encontro

Mais tarde, a defesa de Moro negou que o então juiz tenha conversado com Bolsonaro durante as eleições de 2018. 

"Sergio Moro nunca pediu para falar com o então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, durante as eleições de 2018. Moro apenas foi cumprimentado por Bolsonaro, bem antes do período eleitoral, no aeroporto de Brasília, oportunidade em que não reconheceu o então deputado federal. Depois disso, Sergio Moro ligou para se desculpar por uma questão de urbanidade. O então juiz federal foi procurado por Paulo Guedes, então assessor econômico do candidato à Presidência, uma semana antes do 2º turno. É lamentável que o presidente da República tente distorcer fatos e enganar a população", disse a nota.