Marcelo Alvaro Antônio

Ex-ministro garante retorno, mas exoneração mostra racha no PSL

Desde que foi empossado como ministro, Marcelo Alvaro Antônio sofre pressão de setores do partido, principalmente vindos do diretório paulista

Por Lucas Ragazzi
Publicado em 06 de fevereiro de 2019 | 08:56
 
 
 
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Exonerado no Ministério do Turismo nesta quarta-feira (6) após publicação do Diário Oficial da União, Marcelo Alvaro Antônio (PSL-MG) garante que irá retornar ao comando da pasta na quinta (7), após tomar posse como deputado federal. Apesar disso, o ato do governo escancarou a divisão interna pela qual passa o PSL, legenda do presidente Jair Bolsonaro. 

Desde que foi empossado como ministro, Marcelo Alvaro Antônio sofre pressão de setores do partido, principalmente vindos do diretório paulista. Esta parcela afirma que o parlamentar mineiro não possui experiência para comandar a pasta de Turismo.  

A complicação foi ampliada no início desta semana, após o jornal 'Folha de S.Paulo' fazer denúncias de que Marcelo teria feito uma estratégia de campanha em que utilizou outras candidaturas do PSL em Minas para reforçar seu próprio caixa de campanha com o Fundo Eleitoral. 

Pelo Twitter, aliás, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), ao ver a exoneração de Marcelo, chegou a parabenizar Bolsonaro pelo ato. "É a atitude correta, inclusive para que o ex-ministro cuide de sua defesa sem que os trabalhos no ministério fiquem prejudicados. Parabéns, Presidente!", escreveu a paulista. 

Quem também viu na crise uma oportunidade, principalmente, foi o PRTB de Levy Fidelix, que abriga também o vice-presidente, general Hamilton Mourão.

Fidelix tem pressionado o governo há algum tempo para que seu partido ocupe postos relevantes na administração, fato que ainda não ocorreu. Na segunda-feira (4), uma reunião do PRTB chegou até mesmo a discutir um nome a ser levado a Bolsonaro para substituir Marcelo Alvaro Antônio: o do presidente do PRTB do Rio de Janeiro, Jimmy Pereira. 

Segundo aliados de Marcelo, a exoneração aconteceu para que ele seja empossado do cargo de deputado federal neste novo mandato, que se iniciou na última sexta (4). O ministro do Turismo faltou à cerimônia da semana passada por conta de problemas de saúde. Caso ele não tomasse posse até março, perderia o mandato legislativo.

Em conversa com a coluna, Marcelo reiterou a necessidade de tomar posse na Câmara e diminuiu a divisão no partido. "O PSL está tranquilo, pacificado, não tem racha não. Essa questão da Carla Zambelli é uma questão pontual, dela, não é do partido".

Marcelo Alvaro Antônio foi o deputado federal mais votado de Minas Gerais, com mais de 230 mil votos.

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