O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta tem relatado a pessoas próximas que a sensação de alívio por ter saído do comando da pasta antes de ver a “reputação indo para o ralo” tem crescido diariamente. No Democratas, partido do político, os dirigentes tem feito a mesma leitura, de que Mandetta saiu no momento certo e eleitoralmente isso vai render bons frutos. 

Mesmo que atualmente esteja longe de cargos no poder público, o médico tem aproveitado esse momento para, sempre que possível, comentar sobre as ações do governo federal em relação à pandemia do novo coronavírus. Essa, inclusive, é a determinação da legenda para que ele não se afaste dos holofotes. Contudo, ele deve sempre apresentar comentários serenos e fundados em informações técnicas para lhe dar mais credibilidade.

A avaliação no DEM é de que nos pleitos eleitorais deste ano e de 2022, a classe médica vai ter um protagonismo importante, assim como foi com figuras das forças da segurança pública nas últimas eleições. Diante disso, o nome de Mandetta pode ganhar força por ter decidido não concordar com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em adotar medidas contrárias às recomendações da Organização Mundial da Saúde. A legenda até mesmo está de olho em siglas que querem tirar ele do partido.

O que contribuiu ainda mais para a imagem do político foi o fato de o seu sucessor no ministério, o oncologista Nelson Teich, ter deixado o comando da pasta após menos de um mês na função. Além disso, depois da saída de Mandetta, o Brasil adotou medidas contestadas mundialmente, como o uso da cloroquina para combater a doença e não ser transparente sobre os dados da Covid-19.