O PDT já começou a retirar cargos importantes de deputados federais que não seguiram a orientação do partido e votaram a favor do projeto de reforma da Previdência. O parlamentar mineiro Subtenente Gonzaga descobriu ao chegar no Legislativo, na manhã desta terça-feira (13), que não faz mais parte da Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados.
A CCJ é vista como a comissão mais prestigiada do Legislativo, uma vez que todos os projetos que tramitam na Casa passam por ela. Por isso, a expulsão dele do colegiado é um indicativo de qual deve ser o destino dele na agremiação. Na comissão, o político era responsável pela relatoria de oito projetos. Agora, restam somente seis, de outros três colegiados, nas mãos dele
Para Subtenente Gonzaga, a punição fere os princípios constitucionais de ampla defesa e do contraditório. “Eu estou aguardando outras medidas. Fizemos nossa defesa no colegiado de Ética do PDT, e acho que o PDT está errado de punir preventivamente. Estamos num regime democrático em que o devido processo legal é um pressuposto da Constituição do direito do cidadão. Mas vamos tocando. Vamos ver o que o partido vai fazer daqui pra frente”, disse.
A legenda tem até 90 dias para decidir o destino do parlamentar, mas ele acredita que o veredito não deve demorar a sair. O deputado recebeu o convite de outras seis siglas – ele não quis revelar quais são.
Esses convites, o mineiro não analisa isso sozinho. Ele e outros 17 colegas, do PDT e do PSB, que não seguiram a orientação partidária durante a votação da reforma, possuem um grupo no WhatsApp e se reúnem para discutir os rumos de suas vidas políticas.