O senhor é o relator do projeto que flexibiliza o porte de armas, e esse texto está parado no plenário da Câmara há algumas semanas. Quando ele deve ser votado?
Acredito que nesta semana vamos iniciar e concluir a votação do projeto de origem do Executivo. Nós vimos a necessidade, após a derrubada dos decretos do presidente Jair Bolsonaro no Senado, de se fazer um projeto que substitua os decretos e complemente o estatuto do desarmamento naquilo que dá as possibilidades de o Executivo poder, via decreto, flexibilizar ou enrijecer as normas nas tratativas das armas de fogo. Vamos reduzir tudo a termos legais e, independentemente de o governo ser de esquerda ou de direita, ele vai ter que se policiar dentro dos limites legais.
Os deputados da área do meio ambiente reclamaram do relatório do senhor, dizendo que ele permitia a caça indiscriminada no país. Isso já foi resolvido?
Na verdade, foi uma fake news. O que nós havíamos colocado no texto foi erroneamente disseminado pelos que dizem defender os animais. Hoje, a caça, o abate ou o manejo são proibidos. Isso salvo nos casos em que o Ibama autorizar. O que a gente tinha feito no projeto? Regulamentamos toda forma de registro, limitamos as armas de caça e apenas colocamos que a utilização dessas armas está submetida à posterior autorização do Ibama para o exercício de qualquer atividade.
As últimas declarações do presidente podem prejudicar as votações?
Não. Vamos ter uma comissão especial do meio ambiente, vamos ter espaço para debate de outros temas. Mas esperamos que na terça (hoje) possamos iniciar a discussão do projeto e entrar em toda a complexidade dele.