O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) afirmou, em entrevista ao jornal "Valor Econômico" que os pedidos de impeachment, com o de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o do presidente da República, Jair Bolsonaro, "não podem ser usados por revanchismo ou retaliação". Ele tem sido pressionado a aceitar um pedido do senador Kajuru (Cidadania-GO) para abrir um processo contra o ministro Alexandre de Moraes.
"Os pedidos de impeachment tanto de ministros do Supremo quanto do presidente da República devem ser tratados com muita responsabilidade, não se pode banalizar o instituto. Não podem ser usados por revanchismo ou retaliação. É preciso avaliar aspectos, sobretudo, de juridicidade, de insatisfação com um ministro ou com o presidente da República. É preciso identificar se há uma narrativa adequada, justa causa, elementos probatórios mínimos, se há tipicidade do fato em relação à lei de 1950, portanto é algo que deve ser analisado com bastante juridicidade. Não é o momento de se discutir impeachment no Brasil", avaliou na entrevista, destacando que qualquer decisão do STF na quarta-feira sobre a instalação da CPI não faria com que ele mudasse de ideia quanto a isso.
"Não permitiremos que o Senado ature de maneira revanchista em relação ao Supremo. O fato de o presidente do Senado discordar do mérito da decisão do ministro Barroso não me permite fazer qualquer tipo de ataque a qualque rministro ou tampouco trabalhar com qualquer perspectiva de retaliação."
Na entrevista, Pacheco não quis comentar a gravação da conversa entre Bolsonaro e Kajuru, divulgada pelo senador. O presidente do Senado afirmou que, como soube que o presidente não autorizou a gravação, preferia não falar sobre ela.