Desburocratização

“O Brasil criminaliza quem trabalha”, afirma o governador Romeu Zema

Poder público não tem que ajudar produtores, mas apenas parar de atrapalhar. Estado é uma bota de chumbo em quem trabalha

Por Hermano Chiodi
Publicado em 19 de julho de 2023 | 09:07
 
 
 
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O governador Romeu Zema (Novo) criticou a forma como os últimos governos têm tratado o setor produtivo. Na avaliação do chefe do Executivo mineiro, o poder público não deve se preocupar em “ajudar” os empresários; bastaria simplificar e retirar obstáculos.

“O governo não precisa ajudar o micro e pequeno produtor de queijo, de cachaça, de café ou de doce. Ele tem é que não atrapalhar e tirar a bota de chumbo de quem trabalha. No Brasil, todo mundo que trabalha calça uma bota de chumbo, 1kg em cada pé. Quem carrega esse peso tem muito mais dificuldade para caminhar. Isso é o que a burocracia dos municípios, do Estado e da União causam em quem trabalha. O que temos feito aqui é isso, simplificar”, destaca o governador.

Romeu Zema foi o entrevistado desta quarta-feira no quadro Café com Política da Rádio FM O TEMPO 91,7 e reforçou o discurso que tem feito desde a eleição afirmando que seu objetivo é "desburocratizar" Minas Gerais. Ele utilizou o setor produtor de queijo para exemplificar como tem sido feito essa simplificação da burocracia em Minas.

“Antes o pequeno produtor de queijo tinha que ter quase um mini laticínio na fazenda; um investimento de quase R$ 1 milhão na fazenda. Nós simplificamos. Agora basta uma sala azulejada, com tela para não entrar inseto, com entrada só para quem usa touca e fez higienização, mas é um investimento pequeno e acessível a todo produtor de queijo. Estamos fazendo o mesmo com o setor de cachaça e avançando muito também no setor de café”, diz. 

Distinguir a produção

O governador afirmou que um dos objetivos do governo no setor produtivo é criar valor para a produção mineira. Na avaliação de Romeu Zema é preciso fazer com que alguns produtos agrícolas, como o café, deixe de ser tratado como commodities e tenha valores diferenciados de acordo com a qualidade da produção. “Nós queremos que café seja como vinho. Na prateleira dos mercados você vai ter vinhos de R$ 30, R$ 100, R$ 1000. E nós tivemos ano passado produtor vendendo saca de café por R$ 60 mil, quando o preço padrão é R$ 1000, porque ele conseguiu uma produção diferenciada. A mesma coisa com o queijo e a cachaça. O produto mineiro é diferenciado”, avalia.

Para Romeu Zema, garantir produtores bem remunerados é a forma de garantir investimentos e geração de empregos. “Em um ou dois anos, espero chegar a 1 milhão de empregos gerados”, conclui.

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