De passagem por Belo Horizonte, a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, afirmou, na tarde desta quinta-feira (28), que é preciso articular uma agenda de oposição não só ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), mas também à gestão do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Para a petista, as duas administrações prejudicam os mais pobres.

“Temos que nos organizar e fazer a resistência tanto em relação ao governo Bolsonaro, quanto em relação ao governo local, que, pelo que acompanhamos, adota as mesmas práticas, tem o mesmo entendimento e a mesma visão de Estado, o que é muito ruim”, disse.

A declaração foi dada em entrevista coletiva na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A petista está na capital mineira para divulgar a Jornada Nacional Lula Livre, que prevê, no dia 7 de abril, uma série de manifestações em diversas cidades brasileiras em favor da libertação do ex-presidente, preso em Curitiba (PR) pela Operação Lava Jato há quase um ano. “Consideramos Lula um preso político, preso sem crime, sem provas. Esperamos que seja feita a justiça. A liberdade de Lula é a liberdade do Brasil”, comentou.

Ainda sobre Lula, a deputada federal mirou suas críticas ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, responsável pela Lava Jato quando da prisão do petista. Gleisi disse que Moro foi o algoz de Lula e que “agora fica muito claro que ele fez uma opção política de perseguição a ele e ao PT”.

Principal alvo de Gleisi Hoffmann, a gestão federal foi bastante criticada pela parlamentar. Para ela, Jair Bolsonaro comanda uma administração sem condições de governar um país complexo como o Brasil. “É um governo muito confuso, muita bateção de cabeça, prioridades contraditórias. Em razão disso, o foco central é a defesa dos direitos dos trabalhadores”. A presidente nacional do PT também afirmou que é fundamental lutar contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro.

“A maioria que está lá no Congresso ajudou a eleger Bolsonaro, e agora se diz perplexa, o que é um absurdo, porque conviveram com ele durante 28 anos, portanto conheciam suas limitações, sabiam que ele tinha dificuldades na articulação política”, completou.

Questionada sobre a relação turbulenta de Jair Bolsonaro com a imprensa, a petista disse essa já era uma característica que o presidente adotava quando era deputado federal. “Isso mostra o perfil autoritário de uma pessoa que pode lançar mão de qualquer ação para atingir seus objetivos”, concluiu.