Relembre as investidas de Lula para implodir candidaturas de adversários

Acirrando ainda mais a polarização das eleições deste ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a cúpula da campanha do PT têm se empenhado na articulação para fazer alianças, desmontar outras candidaturas e reunir uma frente ampla contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), principal adversário do petista na disputa pelo Palácio do Planalto, sede do governo federal.

Entre as candidaturas que já balançam e sinalizam que estarão com Lula no primeiro turno, no dia 2 de outubro, estão a de André Janones (Avante) e Luciano Bivar (União).

Apesar de o deputado federal mineiro já ter confirmado sua candidatura à Presidência pelo Avante, na sexta-feira (29) ele admitiu, publicamente, a possibilidade de retirá-la para se aliar a Lula. 

Em seu perfil do Twitter, Janones escreveu: "Caso o plano de governo com chances de vitória, venha encapar essas propostas que a mim são caras, entendo caso não haja o aceite, mas caso eu seja surpreendido positivamente, eu não me oponho a abdicar da minha candidatura. Até lá, cumpro todos as minhas agendas como candidato".

Bivar, por sua vez, ex-presidente do PSL que elegeu Bolsonaro em 2018, desistiu da disputa ao Palácio do Planalto pelo União Brasil, na sexta-feira (29). Ele vai concorrer à reeleição do mandato de deputado federal por Pernambuco. A lideranças da legenda, ele já sinalizou que estará com Lula no primeiro turno. 

Embora já tenha tido a candidatura confirmada, na sexta-feira, a senadora Simone Tebet tem assistido à uma debandada de parte considerável dos dirigentes do MDB, que também declararam apoio a Lula no primeiro turno.

Em 18 de julho, uma reunião entre lideranças do MDB de 11 estados, sendo a maioria do Norte e do Nordeste, com o PT, em São Paulo, se encerrou com a apreensão do presidente nacional da sigla, Baleia Rossi. Ele foi às redes sociais para garantir que a candidatura de Tebet seria mantida até as eleições.

Já Ciro Gomes (PDT), que teve candidatura sem alianças oficializada em 20 de julho, aparece em terceiro lugar, atrás de Bolsonaro, nas pesquisas de intenção de voto. Ele também já reclamou das investidas petistas contra sua candidatura, em especial vindas de parte da militância e de celebridades, como é o caso do humorista Gregório Duvivier. 

Em maio, os dois protagonizaram um bate-boca transmitido pela live política de Ciro porque Duvivier havia sugerido, em seu programa na HBO, Greg News, que os eleitores do pedetista deveriam mudar o voto para o ex-presidente Lula para "salvar a democracia".

Durante uma entrevista ao site UOL, o ex-presidente Lula chegou a provocar Bolsonaro sobre derrotá-lo em 2 de outubro, sem deixar chances para uma segunda rodada de votações.

A provocação veio quando Lula foi questionado se irá aos debates. Tanto ele quanto Bolsonaro não confirmaram presença e por isso alguns debates já foram cancelados.

"Eu irei em debate com qualquer pessoa, já participei de debate com tanta gente, com Ulysses, com Brizola, com Maluf. Agora, o que o Bolsonaro tá pensando? Ele já não foi em debate na outra campanha e tá pensando o seguinte: 'Só vou em debate do segundo turno'. Se você [jornalista] puder, lembre a ele que pode não ter segundo turno. A eleição pode ser resolvida no primeiro turno", afirmou Lula, na quarta-feira (26). 

Conforme a mais recente pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (28), Lula está com 47% e Bolsonaro com 29% das intenções de voto. Ciro Gomes se manteve com 8%, seguido de Tebet, que pontuou 2%. A pesquisa ouviu 2.556 eleitores em 183 cidades e foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-01192/2022.

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