O circo de horrores visto na CPI das Fake News ontem no Congresso resumiu bem o baixo nível do debate político hoje no Brasil. Estamos no pior nível da história, ainda que o passado tenha reservado situações bem mais dramáticas que a atual.
Da mesa de convidado a depor, Alexandre Frota trocou farpas com deputados como Bia Kicis e Eduardo Bolsonaro em embates nos quais havia lembranças de filmes pornôs e questões relacionadas a eventuais orientações sexuais. Outro parlamentar, o Delegado Éder Mauro chegou a dizer que uma pergunta do presidente do colegiado, Ângelo Coronel, era imbecil.
Ao longo das várias apresentações, Frota exibiu em imagens uma série de postagens ofensivas que recebeu ou que foram publicadas por parlamentares e outras figuras políticas de destaque no país. Não faltaram palavrões e ameaças.
Em dobradinha com Frota estavam os petistas que, até outro dia participavam, do outro lado do balcão, de troca de ofensas e asperezas com o agora depoente.
O próprio Frota apontava uma série de erros de seus antigos aliados do PSL que ele mesmo praticou. Na CPI das Fake News estava colaborando um grande difusor de fake News no passado. Como também se dará com Joice Hasselmann, outra que mudou de lado e agora quer combater uma máquina da qual fez parte.
No ápice da vergonha que se tornou a política brasileira atualmente, o Delegado Waldir discutiu com manifestantes na Câmara e chegou a dizer que estava armado para intimidar aqueles que com ele batiam boca. Repito o que tenho dito por aqui com frequência, das mais variadas formas: qual a chance de isso tudo terminar bem?