O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defendeu-se na noite desse domingo (19) das acusações recebidas por não ter assinado a carta escrita por governadores brasileiros contra as declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a respeito do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. O mineiro recebeu uma chuva de críticas, tendo sido o único governador da região Sudeste a se esquivar de assinar o documento aberto. Pelo Twitter, Zema respondeu aos questionamentos sobre corroborar a postura do presidente, que, na manhã de domingo, participou de uma manifestação com apoiadores que chegaram a pedir o retorno da ditadura militar.
“Não assinar uma carta não diminui meu apreço ou luta pela Democracia. Não sou a favor da volta do regime militar. Não consigo imaginar como, ainda hoje, um discurso contra a Democracia possa ter eco”, escreveu. O governador de Minas Gerais pontuou também que não discutirá o relacionamento dos líderes do Congresso com a instância federal. “Meu compromisso é a construção de pontes em Minas com os chefes de poderes por meio de uma relação amistosa, republicana e respeitosa. Meu compromisso é com a vida e a liberdade do povo mineiro”, publicou.
Pessoal, por favor, não assinar uma carta não diminui meu apreço ou luta pela Democracia. Não sou a favor da volta do regime militar. Não consigo imaginar como, ainda hoje, um discurso contra a Democracia possa ter eco. Defender a Constituição e as instituições é meu dever!
— Romeu Zema (@RomeuZema) April 20, 2020
Vinte governadores assinam a carta pública de apoio aos presidentes da Câmara e do Senado contra as declarações de Bolsonaro. Entre entre eles estão Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, e João Doria, de São Paulo, ambos ex-apoiadores do presidente da República.
No documento intitulado “Carta Aberta à Sociedade Brasileira em Defesa da Democracia”, chefes dos Executivos estaduais denunciam a afronta a “princípios democráticos que fundamentam nossa nação”, como está escrito. Governadores declararam também que Maia e Alcolumbre têm se mostrado dispostos a apoiar municípios e Estados na luta contra o coronavírus e os efeitos da pandemia.
Na quinta-feira (16), o presidente Jair Bolsonaro criticou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, durante entrevista à CNN Brasil. “Parece que a intenção é me tirar do governo. Quero crer que esteja equivocado. Mas os números mostram isso aí”, declarou. Segundo o presidente, o projeto de lei aprovado pela instância para compensar a queda de arrecadação do ICMS e ISS em 2020 vai “quebrar o país”.