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Zema não assina carta de governadores em apoio a líderes do Congresso

Vinte chefes dos Executivos estaduais escreveram texto contra declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia

Por Rafaela Mansur
Publicado em 19 de abril de 2020 | 19:16
 
 
 
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), não assinou a carta escrita por chefes dos Executivos estaduais contra as declarações recentes do presidente Jair Bolsonaro sobre os líderes do Congresso. O texto, divulgado neste domingo (19), foi redigido por 20 governadores – Zema é o único da região Sudeste a não participar.

"O Fórum Nacional de Governadores manifesta apoio ao Presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, e ao Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, diante das declarações do Presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre a postura dos dois líderes do parlamento brasileiro, afrontando princípios democráticos que fundamentam nossa nação", diz o texto, intitulado "Carta Aberta à Sociedade Brasileira em Defesa da Democracia".

Nesta semana, Bolsonaro disse, em entrevista à CNN Brasil, que a atuação de Maia é "péssima" e insinuou que o parlamentar teria intenção de tirá-lo do governo.

Os governadores escrevem que, neste momento de crise, causada pela pandemia do coronavírus, Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia têm dedicado "especial atenção às necessidades do Estados, do Distrito Federal e dos municípios brasileiros".

"Ambos demonstram estar cientes de que é nessas instâncias que se dá a mais dura luta contra nosso inimigo comum, o coronavírus, e onde, portanto, precisam ser concentrados os maiores esforços de socorro federativo", afirmam os políticos na carta.

Os chefes dos Executivos estaduais dizem, ainda, que as ações de Estados e municípios têm sido pautadas "pelos indicativos da ciência, por orientações de profissionais da saúde e pela experiência de países que já enfrentaram etapas mais duras da pandemia".

"Não julgamos haver conflitos irreconciliáveis entre a salvaguarda da saúde da população e a proteção da economia nacional", dizem os governadores. "Consideramos fundamental superar nossas eventuais diferenças através do esforço do diálogo democrático e desprovido de vaidades. A saúde e a vida do povo brasileiro devem estar muito acima de interesses políticos, em especial nesse momento de crise", completam.

Esta não é a primeira carta de governadores que Romeu Zema não assina. Em março, 25 chefes dos Executivos estaduais escreveram um texto em que disseram que a decisão prioritária era cuidar da vida das pessoas, e que a responsabilidade com a economia não era algo excludente. Somente Zema e o governador de Rondônia, Marcos Rocha (PSL), não se manifestaram.

Além de Zema, não assinaram a carta divulgada neste domingo os governadores do Distrito Federal, Ibaneis Rocha; do Paraná, Ratinho Junior; do Acre, Gladson Cameli; do Amazonas, Wilson Lima; de Roraima, Antonio Denarium, e de Rondônia, Marcos Rocha.

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