SÃO PAULO. Pesquisa Ibope divulgada, na noite de ontem e encomendada pela TV Globo e pelo jornal "O Estado de S.Paulo", mostra que a corrida eleitoral na capital paulista está embolada na reta final. O candidato do PRB, Celso Russomanno, continua à frente, porém, caiu pela terceira vez seguida e agora tem 27% das intenções. José Serra (PSDB), com 19%, e Fernando Haddad (PT), com 18%, estão tecnicamente empatados e disputam voto a voto o passaporte para o segundo turno.

Russomanno caiu de 34%, no último levantamento, para 27% agora. Serra foi de 17% para 19%, e Haddad manteve os 18%. Segundo o Ibope, o "cenário em São Paulo fica indefinido com queda de sete pontos de Russomanno e empate técnico entre José Serra e Fernando Haddad".
O peemedebista Gabriel Chalita subiu três pontos percentuais e agora tem 10% da preferência do eleitorado. Soninha Francine (PPS) tem 4% e Carlos Giannazi (PSOL), 1%. Os outros candidatos não pontuaram.

A pesquisa do Ibope foi realizada entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro. Foram entrevistadas 1.204 pessoas na cidade de São Paulo. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

TÁTICA. Antes mesmo da última pesquisa do Ibope, ainda na noite de anteontem, a presidente Dilma Rousseff conversou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antes do comício de Fernando Haddad na zona Leste de São Paulo. Os dois avaliaram o cenário eleitoral e decidiram que é preciso subir o tom contra o PSDB.

Em comício, no último domingo, José Serra disse que Dilma "usou o governo como se fosse propriedade privada" para beneficiar Haddad, numa referência à troca de Ana de Hollanda por Marta Suplicy (PT) no Ministério da Cultura. Serra também associou Lula ao filme "O Poderoso Chefão", da década de 1970.

O receio da cúpula do PT é que o julgamento do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu pelo Supremo Tribunal Federal, no caso do mensalão, prejudique as principais campanhas do partido e o dano seja maior do que o previsto inicialmente pelos petistas.

Por sua vez, Serra desafiou Dilma a justificar a indicação de Marta para o ministério, numa reação às declarações feitas pela presidente no comício. O tucano repetiu que se referia apenas à nomeação de Marta quando disse que a presidente estava "metendo o bico em São Paulo".
"Eu queria ver ela defender isso", disse Serra.