O senador Alexandre Silveira (PSD), candidato à reeleição, afirmou, neste sábado (20), em agenda ao lado ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD) em Contagem, na Região Metropolitana, que, durante o horário eleitoral gratuito, irá continuar se apresentando ao eleitorado mineiro. Silveira tem 4,4% das intenções de voto conforme a rodada mais recente da pesquisa DATATEMPO, cujo cenário ainda era liderado pelo deputado federal Aécio Neves (PSDB), que não será candidato ao Senado.
Em uma coalizão encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Silveira tenta reforçar a associação ao ex-vice-presidente José Alencar (1931-2011), quem o indicou para o Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (DNIT) para herdar o capital político de Lula na corrida para o Senado. “Aprendi com Alencar, que me apresentou ao presidente Lula, que não importa a cor do gato, mas que ele cace o rato e o rato, hoje, é a miséria, a fome e a desigualdade social”, afirmou.
Apesar do apadrinhamento de Alencar, Silveira era até então associado ao PSDB. Durante o governo Antonio Anastasia (2011-2014), o ex-deputado federal foi secretário de Estado de Gestão Metropolitana e secretário de Estado de Saúde. Depois, foi o 1ª suplente de Anastasia quando o ex-governador se candidatou ao Senado em 2014, o que lhe garantiu como sucessor imediato após a indicação de Anastasia ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Silveira disse que irá seguir investindo em se apresentar ao eleitorado a partir do horário eleitoral gratuito, que será veiculado a partir da próxima sexta-feira (26). “Não tenho perfil ideológico. Eu não critico quem faz o debate meramente ideológico. Acho que isso não contribui neste momento onde a fome é a grande prioridade”, avaliou o senador, que, inclusive, logo após suceder Anastasia, chegou a ser convidado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para ser líder do governo no Senado.
Silveira questionou o índice de aprovação do governador Romeu Zema (Novo), já que, conforme argumentou, a dívida de Minas com a União aumentou após a suspensão do pagamento determinada liminarmente pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Aumentou a dívida e pagou o servidor. Quer dizer, não teve nada de criativo, não teve nada de mudança, nada de melhoria na gestão que pudesse justificar essa dita aprovação do governador, que está se alargando”, criticou. Conforme a DATATEMPO, a avaliação positiva de Zema chega a 47,1%.
De acordo com Silveira, em nenhum momento Zema procurou os senadores para intermediar a renegociação da dívida junto à União e ao Judiciário. “Tudo isso é consequência da falta de capacidade política do governo do Estado de se articular melhor com seus legítimos representantes no Senado e na Câmara dos Deputados. Repito: me coloquei à disposição do governo do Estado durante todos esses meses para intermediar junto à União”, reforçou.
Em julho, o ministro do STF Kássio Nunes Marques deu aval para o Estado de Minas para aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) em busca de renegociar o passivo com a União. Nunes Marques atendeu a um pleito do próprio Zema, que recorreu à Suprema Corte após o projeto de adesão ao RRF encaminhado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) permanecer em banho-maria na Casa.
Encaminhado à Casa ainda em outubro de 2019, o projeto de lei sequer recebeu parecer da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ), a primeira do processo de tramitação. Desde então, em meio ao pedido de urgência em duas oportunidades para a análise da proposta, o presidente da ALMG, Agostinho Patrus (PSD), apontou a ausência de esclarecimentos do governo em relação aos efeitos da adesão do Estado do RRF como o principal motivo para o entrave.