Tentativa de conciliação entre Gabriel e Léo Burguês é adiada

Primeira audiência de conciliação entre o presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), Gabriel Azevedo, e os ex-vereadores Léo Burguês e Carlos Henrique foi adiada após a justiça não conseguir encontrar os ex-parlamentares.

Seria o primeiro encontro para tentar um acordo no processo em que o presidente da CMBH acusa os ex-vereadores de terem cometido os crimes de calúnia e divulgação após divulgação de um vídeo gravado escondido no qual Carlos Henrique cobra de Gabriel um suposto acordo para favorecimento na Câmara da capital. 

De acordo com nota divulgada por Gabriel Azevedo, os ex-vereadores tiveram a “ousadia” de utilizar as redes sociais para divulgar mentiras, mas não comparecem à justiça para prestar esclarecimentos. “Agora, os dois ex-vereadores fogem de oficiais de justiça e tentam acordos para que a ação deixe de existir. Isso não vai correr”, afirma.

Em contato com a reportagem, Léo Burguês, que renunciou ao mandato em fevereiro após abertura de processo de cassação na Câmara, afirmou que não ficou sequer sabendo da audiência. “Não estou em Belo Horizonte e sequer fui notificado de qualquer audiência”, diz. O ex-vereador Carlos Henrique não retornou o contato da reportagem.

No processo judicial, consta que oficiais de justiça foram aos endereços de imóveis dos acusados diversas vezes para encontrá-los. No caso de Léo Burguês, vizinhos confirmaram que ele não tem comparecido ao imóvel, mas a notificação foi entregue no prédio do ex-vereador. No caso de Carlos Henrique, o endereço que consta no inquérito não pertence mais ao político.

Histórico

O caso chegou à justiça após a divulgação de um vídeo gravado de forma escondida pelo ex-vereador Carlos Henrique no qual o ex-parlamentar cobrava um suposto acordo feito com Gabriel Azevedo e outros vereadores para garantir benefícios a Carlos Henrique. 

O vídeo foi divulgado em plenário por Léo Burguês durante a sessão em que ele renunciou ao mandato e acusou o presidente da Câmara de “achacar” vereadores.

No vídeo, Carlos Henrique diz que Gabriel teria feito acordo para que uma denúncia não fosse apresentada contra o vereador Ciro Pereira. O ex-vereador é o primeiro suplente na chapa e, em caso de cassação de Ciro ele assumiria uma cadeira na Casa. Gabriel negou qualquer tipo de acordo e acionou à justiça para cobrar investigações.

As disputas entre Gabriel Azevedo e Léo Burguês começou logo após a eleição que colocou Gabriel Azevedo na presidência do Legislativo municipal, em dezembro do último ano. Léo Burguês era contra a candidatura de Gabriel e passou a fazer duras críticas contra o presidente da Câmara.

Em fevereiro, o presidente da Câmara aceitou uma denúncia contra Léo Burguês, fundamentada em um inquérito da Polícia Civil, acusando o então vereador dos crimes de corrupção, “rachadinha” e peculato. Léo Burguês negou as denúncias e argumentou que tudo ainda estava sendo investigado pelas autoridades policiais. Ainda assim, o processo de cassação seguiu na Câmara.

Essa matéria segue em atualização.