Quatro desembargadores do Tribunal de Justiça de Minas (TJMG) disputam a presidência do órgão em eleição na próxima segunda-feira. Um indicativo do que está por vir nas urnas veio à tona nessa quinta, com a divulgação de uma consulta da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) aos membros ativos e inativos do Judiciário.

Com 550 votos, Doorgal Andrada venceria o pleito caso todos que se manifestaram tivessem direito de votar. Não é o que acontece na prática, já que somente os votos dos desembargadores são contabilizados.

Mesmo com essa restrição a eleição deste ano no TJMG pode ser considerada a mais aberta da história. Após uma reforma no regimento interno do órgão – depois de uma provocação feita pela Amagis e acatada pelo Tribunal – todos os 130 desembargadores poderiam ter se candidato, se quisessem. Até a última eleição, em 2012, apenas os cinco mais antigos disputavam a presidência.

O presidente da Amagis, desembargador Herberth Carneiro acredita que a abertura do “colégio de elegíveis” é um passo importante na democratização do Judiciário, mas há ainda outra fronteira a ser ultrapassada: permitir que juízes também participem do processo. “Eu só posso saber o que a comarca de Jacinto (no Vale do Jequitinhonha) precisa, se eu ouvir o juiz”, afirma Carneiro.

A proposta de inclusão de juízes no processo foi levada ao Pleno do TJMG, mas apenas 13 dos 126 desembargadores presentes votaram a favor da mudança.

Consulta

Apuração. Mais de 900 magistrados participaram da consulta da Amagis que “elegeu” simbolicamente presidente, vices e corregedor geral. Eles votaram pela internet ou por carta.