A vereadora de Nova Lima, Juliana Sales (Cidadania), afirmou que pretende acionar a Justiça para tentar barrar o edital de licitação publicado pelo município que prevê gastos de até R$ 2 milhões para a contratação de serviços de bufê em eventos realizados pelas secretarias da cidade.
Conforme publicado por O TEMPO, dentre os produtos que estão sendo orçados pelo Executivo estão camarões, vinhos e espumantes. O pregão está marcado para o dia 5 de abril e vale por 12 meses.
Em entrevista à rádio Super 91.7 FM, nesta quinta-feira (6/3), a vereadora afirmou que já solicitou mais informações sobre o edital para a prefeitura. Mas segundo ela, o Executivo não tem respondido seus ofícios e requerimentos. A falta de respostas, inclusive, já motivou a vereadora a judicializar a questão.
"O primeiro passo foi acionar a própria prefeitura questionando o motivo desse gasto exorbitante. Estamos aguardando a resposta, mas tem sido uma prática comum do poder Executivo não responder os questionamento de uma vereadora legitimamente eleita. Se continuarem procedendo dessa forma, iremos acionar o poder judiciário para que tenhamos uma resposta com relação aos gastos e como uma forma de barrar essa licitação", afirmou a vereadora.
Durante a entrevista, Juliana criticou ainda a falta de respostas do município sobre essa e outras questões. "A postura da prefeitura é vergonhosa, simplesmente não responde aos nossos questionamentos. Tanto que tivemos que acionar o judiciário. Hoje, é judicializada a falta de respostas da prefeitura aos nossos questionamentos. Nós oficializamos através de ofícios, requerimentos, audiências públicas e eles se omitem", pontuou a vereadora ao citar as obras na MG-030.
De acordo com a parlamentar, falta gestão da prefeitura para administrar os recursos do município. "Temos recursos enormes, outros municípios invejam os recursos de Nova Lima, que hoje é mal gasto pelo prefeito, que prefere gastar com festas e itens de luxo do que gastar com o essencial para a população".
Prefeitura nega edital com produtos de luxo
Para a vereadora, a prefeitura está "tentando justificar o injustificável". Em nota, o município afirmou que o valor colocado no edital é o máximo que o Executivo pode pagar quando for fazer a contratação. Além disso, pontuou que “não se trata de uma lista de produtos de luxo, e sim de itens que são alinhados ao oferecido em coffee breaks formais e comuns”.
"Em uma situação que a população vive desassistida em muitos aspectos, vivendo em áreas de risco, sem moradia digna, sem atenção necessária do poder Executivo no que tange a saúde pública, dizer que está tudo bem gastar R$ 2 milhões com artigos de luxo para alimentar o prefeito e seus parceiros é inaceitável a irresponsabilidade com o dinheiro que é da população", disse.
"Quantas pessoas na sexta-feira da paixão vão conseguir consumir um prato tradicional de bacalhau? Enquanto isso, a prefeitura está utilizando recursos públicos para comprar artigos de luxo", completou a vereadora.
A reportagem de O TEMPO questionou a prefeitura de Nova Lima sobre as acusações feitas pela vereadora e aguarda um posicionamento.
Vereadora defende discussão conjunta para mobilidade na Região Metropolitana
Para solucionar o imbróglio do transporte coletivo em Belo Horizonte e na região metropolitana, a vereadora de Nova Lima, Juliana Sales, defende que os municípios que compõem a região metropolitana da capital discutam conjuntamente o assunto junto com os vereadores, deputados, além do governo do Estado e da União. A vereadora também defende a participação da iniciativa privada na discussão.
"Somos cidadãos metropolitanos, precisamos de uma forma de locomover mais integrada e sustentável, não é construindo vias expressas que o cidadão fique parado no trânsito. Precisamos discutir alternativas viárias e modais para não depender apenas do transporte público do município ou intermunicipal. O que acontece em Nova Lima impacta BH e vice versa", avaliou.