O governador Romeu Zema (Novo) rebateu, nesta quarta-feira (22/11), nas redes sociais, as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à sua ausência em agendas com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em Brasília, para discutir uma alternativa para a dívida de R$ 156,57 bilhões do Estado de Minas Gerais à União. O governador, que defende a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), ainda insinuou que Lula teria mentido ao acrescentar a hashtag “mentira tem perna longa”.

De acordo com Zema, desde o início do governo, em 2019, ele estaria buscando soluções para a recuperação econômica de Minas Gerais. “Em maio, ao lado dos outros governadores, estive com o ministro Haddad para resolver a dívida dos estados. Afinal, (...) há cinco anos o plano foi apresentado para resolver essa dívida do passado que nós mineiros teremos que pagar”, apontou o governador, que publicou um vídeo do encontro. 

A reunião a que se refere Zema foi quando, ao lado dos governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União), do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o governador pediu mudanças nas regras do RRF. À época, a comitiva de governadores, cujos estados já estão ou tentam entrar no RRF, argumentou que, em razão da redução das alíquotas de ICMS, os Estados teriam perdido “um volume muito expressivo de arrecadação”. 

Nessa terça (21/11), após receber das mãos do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD), uma proposta alternativa à adesão ao RRF, Lula afirmou que, desde que foi empossado, Zema nunca o procurou para discutir a dívida. “Eu ouço o Haddad falar de vez em quando que tem tentado discutir a dívida dos Estados com os governadores, e é importante lembrar que o governador de Minas Gerais não compareceu a nenhuma reunião, ele mandou o vice (Mateus Simões)”, criticou o presidente.

Além de Lula, Haddad fez uma crítica velada a Zema. Ao se dirigir a Pacheco, o ministro da Fazenda disse que “o melhor de tudo é iniciativa”. “Vir resolver o problema, enfrentá-lo de forma definitiva. Isso, para nós, é uma coisa válida”, observou Haddad. “Eu vou colocar a equipe para estudar a proposta com a maior diligência possível, com muita dedicação. Eu sei que é uma proposta séria, feita por homens sérios”, pontuou.

A propósito, nesta quarta (22/11), Haddad recebe Zema em Brasília justamente para discutir a dívida do Estado. Mais cedo, o governador, acompanhado por uma comitiva com Simões, o secretário de Governo, Gustavo Valadares, o secretário-chefe da Casa Civil, Marcelo Aro, o secretário-geral, Marcel Beghini, a secretária de Planejamento Gestão, Luísa Barreto, e o secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa, se reuniu com Pacheco, quando lhe foi apresentada, pela primeira vez, a proposta do senador alternativa ao RRF.