O monóxido de carbono, gás incolor e inodoro, representa uma ameaça à saúde que afeta milhares de pessoas todos os anos. Este composto compromete o transporte de oxigênio no organismo ao se ligar à hemoglobina dos glóbulos vermelhos. A exposição a concentrações elevadas pode causar intoxicações graves e até fatais, com o agravante de que o gás permanece no corpo por várias horas antes de ser eliminado pelos pulmões.

Sintomas

Uma intoxicação leve manifesta-se por meio de dores de cabeça, enjoos, tontura, dificuldade de concentração, vômitos, sonolência e falta de coordenação motora. Na maioria destes casos, a recuperação ocorre rapidamente quando a pessoa é exposta ao ar fresco. Os casos moderados ou graves apresentam sinais como confusão mental, inconsciência, convulsões, dor torácica e dificuldade respiratória.

Nos quadros mais severos, as vítimas perdem a capacidade de locomoção, necessitando de socorro imediato. A intoxicação grave, quando não tratada adequadamente, pode resultar em óbito. Mesmo após uma aparente recuperação, podem surgir sintomas neuropsiquiátricos tardios nas semanas seguintes, incluindo perda de memória, problemas de coordenação, distúrbios de locomoção, depressão e psicose.

O monóxido de carbono é particularmente traiçoeiro porque a pessoa pode não reconhecer a sonolência como sintoma de intoxicação. Alguém com intoxicação leve pode adormecer e continuar respirando o gás tóxico até que ocorra um envenenamento grave ou fatal. Pessoas expostas a baixas concentrações por longos períodos podem confundir seus sintomas com outras doenças.

Quais são as origens possíveis de monóxido carbono em casa?

As fontes domésticas de monóxido de carbono estão frequentemente associadas a equipamentos movidos a combustíveis diversos. A produção e acúmulo deste gás tóxico ocorrem principalmente quando os equipamentos apresentam problemas de instalação, conservação deficiente, exaustão inadequada ou uso incorreto.

Entre os equipamentos domésticos que podem gerar monóxido de carbono estão esquentadores e caldeiras a gás, fogões e fornos a gás, fornos a lenha, além de sistemas de aquecimento como lareiras, braseiras e outros dispositivos que funcionam com gás, lenha ou outros combustíveis. As garagens fechadas também representam locais de potencial acúmulo deste gás quando veículos motorizados funcionam nestes espaços sem ventilação adequada.

A fumaça de incêndios contém naturalmente este composto tóxico, especialmente em situações de combustão incompleta. 

Tratamento

Para os casos de intoxicação, existem diferentes abordagens de tratamento conforme a gravidade. Em situações leves, a exposição ao ar fresco pode ser suficiente para reverter o quadro. Para intoxicações mais graves, os médicos administram altas concentrações de oxigênio, geralmente através de máscara facial, o que acelera a eliminação do monóxido de carbono do sangue e alivia os sintomas.

O tratamento com oxigênio hiperbárico, realizado em câmaras especiais sob pressão elevada, é considerado pelos médicos para pessoas com intoxicação moderada ou grave. Esta abordagem também é indicada para gestantes, mesmo quando os níveis de monóxido de carbono no sangue não estão excessivamente elevados, como medida preventiva para proteger o feto dos efeitos tóxicos do gás.

Prevenção 

Para prevenir intoxicações, é essencial que fontes de combustão no interior das residências sejam instaladas com sistemas de ventilação adequados. Quando não for possível implementar ventilação apropriada, manter uma janela aberta pode ajudar a limitar o acúmulo do gás.

Os tubos de ventilação instalados em fornos e outros aparelhos de calefação devem passar por inspeções periódicas para identificação de possíveis fendas e fugas. O mercado disponibiliza detectores químicos domésticos capazes de identificar a presença deste gás no ar, além de alarmes sonoros que são acionados quando o composto é detectado.